Em um ano, as capitais brasileiras ganharam 280 km de ciclovias e ciclofaixas, atingindo um total em 2024 de 4.106,8 km. De julho do ano passado a julho deste ano, o aumento foi de 7,33%.
O crescimento foi considerado abaixo do que as cidades poderiam investir para ampliar suas malhas cicloviárias, segundo a Aliança Bike, associação responsável pelo levantamento, que baseou-se em consultas às prefeituras, obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação.
Vale destacar que o ranking contemplou apenas as estruturas segregadas e exclusivas para a circulação de bicicletas - as chamadas ciclovias e ciclofaixas. Para esta terceira edição da pesquisa, optou-se por não considerar trechos de ciclorrotas, calçadas compartilhadas e outras estruturas partilhadas com o tráfego motorizado, para evitar inconsistências.
“Desta vez as prefeituras melhoraram a qualidade dos dados enviados, com maior detalhamento de cada tipologia de estrutura implementada. Isso nos permitiu desconsiderar estruturas compartilhadas com veículos automotores e até dois casos de prefeituras que contabilizavam em duplicidade (ida e volta) algumas ciclovias”, explicou Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike.
Neste monitoramento, a qualidade das estruturas não foi analisada. Além disso, considerou-se apenas capitais - 26 capitais estaduais, além do Distrito Federal -, portanto o trabalho não reflete a situação da malha cicloviária do país como um todo.
Ranking
A região Centro-Oeste foi a que mais se destacou entre as cidades com maior crescimento em quilômetros implantados no último ano: em termos percentuais, a maior evolução coube a Goiânia, com aumento de 66% nas vias implantadas, seguida por Palmas (35,7%) e Cuiabá (aumento de 19,35%). No terceiro lugar do ranking, Belém avançou 29,2%, seguida de Maceió, com 27,6% de acréscimo em um ano.
Também no Centro-Oeste está a capital que mais teve crescimento na infraestrutura cicloviária em números absolutos de quilometragem: o Distrito Federal, com acréscimo de 50,23 km nas ciclovias e ciclofaixas implantadas entre 2023 e 2024.
Na comparação entre o volume de ciclovias/ciclofaixas e a população residente, a capital tocantinense Palmas se destaca à frente das demais cidades, com 30,72 km de faixas instaladas para cada 100 mil habitantes.
Na sequência, aparecem Florianópolis, com 26,49 km/100 mil habitantes, e Rio Branco, com 20,42 km/100 mil habitantes. Neste comparativo com o número da população, São Paulo aparece na 18ª posição – mesmo tendo a maior malha cicloviária segregada do país, com com 710,9 km.
Ciclovias e ciclofaixas nas capitais brasileiras (em jul. 2024)
São Paulo (SP): 710,9 km
Distrito Federal: 551,51 km
Fortaleza (CE): 443,1 km
Rio de Janeiro (RJ): 316,56 km
Salvador (BA): 308,59 km
Belém (PA): 150,58 km
Curitiba (PR): 146,4 km
Florianópolis (SC): 142,32 km
Recife (PE): 128,75 km
Belo Horizonte (MG): 114,85 km
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