"Precisamos aprender a sonhar com cidades para pessoas"

Em artigo, o jornalista Peter Fussy fala de seu livro infantil "Se essa rua fosse minha", que mostra como uma cidade pensada para as crianças é a melhor para todos

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Peter Füssy*  |  Postado em: 20 de setembro de 2024

Capa do livro infantil

Capa do livro infantil "Se essa rua fosse minha"

créditos: Thaís Mesquita/ Divulgação

O trânsito é a principal causa de morte entre pessoas de 5 a 29 anos no mundo. Sim, automóveis matam mais crianças e jovens do que qualquer outra doença. Por isso, pais e mães proíbem suas crianças de caminhar ou pedalar na rua. 

 

Com isso, os jovens são cada vez mais dependentes em sua mobilidade diária, prejudicando seu desenvolvimento pleno e também colocando grande pressão sobre os responsáveis. 

 

Mas, como podemos incentivar a mobilidade ativa desde o berço? Se uma criança só se desloca de carro, como ela vai saber que outras formas de organizar a cidade são possíveis? 

 

É difícil imaginar ruas que priorizem viagens ativas e transporte público quando se está cercado por infraestrutura dedicada a automóveis particulares. As cidades podem mudar, mas para isso precisamos conseguir imaginar como elas podem ser diferentes. 

 

Quando escrevi o livro infantil “Se essa rua fosse minha” (Tudo! Editora) quis colocar as crianças como agentes no desenho urbano e mostrar como uma cidade pensada para elas pode ser uma cidade melhor para todo mundo. A história, que empresta o título da famosa cantiga infantil, gira em torno de um garoto que quer pedalar e brincar na rua, mas não pode "porque é muito perigoso". 

 

Ilustração: Thaís Mesquita

 

Um dia, uma coisa “mágica” acontece: a rua dele é fechada para carros e aberta para crianças. Eles brincam, conhecem vizinhos e se divertem ao ar livre. Mas no dia seguinte tudo volta ao “normal”. Em vez de apenas esperar por outro momento “mágico”, o garoto pergunta ao pai o que eles podem fazer. 

 

Ilustração: Thaís Mesquita

 

Então, se quisermos um futuro melhor, esse futuro começa com crianças que estejam dispostas a questionar o “normal”. Para isso, precisamos de livros que as ajudem a pensar criticamente, que mostram o poder da organização e que encorajam a construir um mundo melhor. Se escolhermos mais cuidadosamente as histórias que contamos, as crianças sonharão com ruas onde ninguém morre por querer ir de um lugar a outro, onde elas possam brincar, explorar e criar laços com vizinhos e com a natureza. 

 

Quer saber mais?
Livro: Se essa rua fosse minha
Autor: Peter Fussy
Ilustrações e capa: Thaís Mesquita
Idiomas: português, espanhol e inglês
Editora: Tudo!
Ano: 2023
Preço: R$ 43
Como comprar: na amazon e outras livrarias on-line 

 



*Peter Fussy
é jornalista, pesquisador, escritor, pai do Tom, migrante e ativista da mobilidade. Depois de dez anos de jornalismo no Brasil, foi para Amsterdã fazer um mestrado em Estudos de Mídia e ficou obcecado pela ideia de cidades para as pessoas. Além do livro infantil "Se essa rua fosse minha", cria conteúdos sobre mobilidade no @derrotransito.

 

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Comentários

Marise De Luca - 25 de Setembro de 2024 às 11:33 Positivo 0 Negativo 0

Cidades mais humanas são construídas por adultos mais humanos que criam a cada dia o mundo em que queremos viver

Marise De Luca - 25 de Setembro de 2024 às 11:32 Positivo 0 Negativo 0

Cidades mais humanas podem ser construídas por adultos mais humanos que saibam se posicionar construindo politicas públicas e fazendo a sua parte a cada dia, o que inclui educar filhas e filhos e pra construir o mundo em que queremos viver

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