Os bilhetes do metrô (e suas fraudes)

No início, na fase experimental, as viagens no metrô paulistano eram gratuitas. Depois surgiram os bilhetes pagos, em vários formatos. E suas criativas imitações

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa / Mobilize Brasil  |  Postado em: 19 de setembro de 2024

Exposição de bilhetes do Metrô SP

Exposição de bilhetes do Metrô SP

créditos: Vizca Engenharia



Em 1974, os primeiros passageiros do novo metrô na capital paulista fizeram suas viagens com bilhetes gratuitos, oferecidos pela companhia. Nesses dias iniciais, as estações funcionavam em horários reduzidos, para que todos - passageiros e funcionários - se habituassem com as rotinas do novo transporte.


Mas, passados alguns dias do experimento, a garotada que vivia na região da Vila Mariana, na zona sul de São Paulo, descobriu que poderia fazer até quatro viagens com um único bilhete. Como o sistema inicial de autenticação funcionava furando os cartões, bastava mudar a posição do bilhete para que os bloqueios liberassem as catracas. Assim, muita gente, hoje com 60, 70 anos, cabulava as aulas para passear de metrô. 

 

Só mais tarde a companhia do metrô adotou um padrão internacional, com catracas que liam tarjas magnéticas nos bilhetes. Com essa inovação foi possível criar os bilhetes para até dez viagens, os M-10, que eram vendidos com desconto. Também surgiram os bilhetes de integração com os ônibus: os passageiros pagavam a passagem nas catracas dos coletivos e recebiam um bilhete para seguir viagem no metrô. Havia também os bilhetes "ida e volta", que permitiam duas viagens no metrô e uma viagem de ônibus: na volta, já no ônibus, os usuários entregavam o bilhete usado para o cobrador.

 

Ainda assim, alguém inventou um jeito de burlar as catracas: alguns garotos cortavam cartões no formato dos bilhetes e colavam fitas magnéticas, que iludiam os leitores magnéticos. Mais tarde, ciente da molecagem, o Metrô alterou a programação gravada nas tarjas magnéticas e acabou com a festa da rapaziada.

 

Outros casos
Essa história lembra uma fraude comum no metrô de Buenos Aires até os anos 1990. As catracas do sistema portenho funcionavam com fichas metálicas, semelhantes às antigas fichas telefônicas. Os espertinhos fabricavam moldes no formato das fichas e usavam as geladeiras domésticas para produzir fichas de puro gelo. O único problema, especialmente no verão, era chegar até a estação mais próxima antes que as "fichas" derretessem.


Hoje os metrôs em todo o mundo funcionam com os já tradicionais cartões de plástico, ou com os QR codes, impressos ou nas telas dos celulares. E há também o polêmico modelo chinês, que lê e identifica o rosto de cada usuário e checa se ele tem crédito para viajar. 

 

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