O metrô que seduziu os paulistanos

Em 1974, as estações e trens do metrô encantaram os primeiros passageiros. E elevaram o nível de exigência para o transporte público

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa/ Mobilize Brasil  |  Postado em: 18 de setembro de 2024

Trem do metrô chega à estação Vila Mariana, em 197

Trem do metrô chega à estação Vila Mariana, em 1974

créditos: quandoacidade.wordpress.com


Em setembro de 1974, os paulistanos que viviam ao longo do primeiro trecho do metrô, na zona sul de São Paulo, ficaram encantados com a eficiência, rapidez, segurança e limpeza dos trens e estações inauguradas naquele mês.


A qualidade do novo sistema de transporte suplantava de longe os ônibus e trens urbanos que circulavam na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Nos dias seguintes à inauguração, todos comentavam a beleza da arquitetura das estações, concebidas pela equipe do arquiteto Marcelo Fragelli. E toda a sinalização, incluindo os mapas de localização, foi planejada para permitir uma leitura rápida e fácil pelos usuários.


Alguns detalhes construtivos chamavam a atenção. Por exemplo, as plataformas de embarque eram niveladas quase milimetricamente com o piso dos trens, o que permitiria o embarque sem degraus ou barreiras. Mas não havia elevadores para permitir o acesso de pessoas com deficiência. Não foi por esquecimento, mas anos mais tarde, ante a pressão da sociedade, os elevadores foram instalados. 

 

De qualquer forma, em 1974 o metrô paulistano era um dos mais modernos e confortáveis do mundo. Em 1975 a linha - em via elevada - chegou ao bairro de Santana, seguindo pela faixa antes ocupada pelo Tramway da Cantareira.


Naqueles anos 1970 o metrô passou a ser uma referência de qualidade, inclusive para os trens urbanos. Entre 1977 e 1978 a companhia estadual Fepasa renovou os trens e estações da antiga Estrada de Ferro Sorocabana, nas linhas que atendiam os municípios na área oeste da RMSP e as zonas oeste e sul da capital. São as atuais linhas 8 e 9, que passaram por nova modernização nos anos 2000, já sob a gestão da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Hoje as duas linhas são operadas por uma concessionária privada.

 

Passados 50 anos, com 104 km de linhas e quase 100 estações, o sistema metroviário continua confiável e eficiente, embora mostre sinais de envelhecimento e sofra algumas panes eventuais, muitas vezes pelo excesso de passageiros.


As estações foram sendo ocupadas por pontos comerciais, que vendem todo tipo de coisa. Talvez por isso estejam mais sujas, assim como os trens, que transitam com restos de embalagens de alimentos e que mostram algumas cicatrizes de vandalismo, nem sempre corrigidas pela Companhia do Metrô de uns tempos para cá. Há também pedintes e vendedores ambulantes circulando pelos trens e, infelizmente, relatos de alguns casos de violência. Afinal, a cidade também ficou mais rude, dura e desumana. Mas, mesmo maltratado, o metrô continua a ser o principal corredor de mobilidade de São Paulo.

 

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