Aos 50, metrô de SP avança lentamente

Mesmo com atrasos em sua expansão, o transporte sobre trilhos é a forma mais rápida e racional de mobilidade na Região Metropolitana de São Paulo

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa/ Mobilize Brasil  |  Postado em: 17 de setembro de 2024

Estação Sé do metrô de São Paulo

Estação Sé do metrô de São Paulo

créditos: Mobilize Brasil



Neste mês o metrô de São Paulo completou 50 anos de operação, desde a primeiraviagem, no dia 14 de setembro de 1974, entre as estações Vila Mariana e Jabaquara. Passadas cinco décadas, a cidade de São Paulo e toda sua Região Metropolitana dependem inteiramente desse transporte sobre trilhos que se conecta a trens urbanos e linhas de ônibus municipais e metropolitanas. São 4 milhões de viagens por dia, conforme dados da Companhia do Metropolitano (Metrô), e um total de 104 km de linhas, o que significa um avanço médio de 2 km por ano.  

 

Parece pouco. Para comparação, Seul, na Coreia, também iniciou seu metrô em 1974 e hoje conta com 340 km de linhas. E Shangai, na China, onde vivem quase 30 milhões de pessoas, iniciou seu sistema em 1993 e hoje tem 676 km, com meta de 1.000 km até 2025. Parece um exagero...


No entanto, cabe lembrar que a Região Metropolitana de São Paulo mantém uma rede adicional de trilhos urbanos herdada das ferrovias que passavam pela cidade: Santos-Jundiaí, Central do Brasil e Sorocabana. São mais 274 km de linhas que foram modernizados pela estatal CPTM, totalizando 378 km de um sistema de transportes sobre trilhos com características de metrô.


Apesar disso, o território paulistano ainda tem uma série de "vazios" sem conexão com o sistema metroviário, o que exige a circulação de uma frota com quase 13 mil ônibus. Esses bairros serão conectados à rede de trilhos, à medida que as novas linhas metroviárias sejam entregues, como a expansão das linhas Verde e Prata, na direção leste, a linha Laranja, no sentido norte-centro, e a linha Ouro, em monotrilho, na área sul da capital. Os prazos apontam o ano de 2030.


O sistema de metrô de São Paulo poderia ter sido iniciado nos anos 1930, com base em um plano elaborado pela companhia Light, que operava os bondes elétricos da cidade, mas a proposta se chocava com a visão do prefeito Francisco Prestes Maia, que defendia a construção de um sistema de avenidas, que parecia mais moderno e exigiria menos investimentos do poder municipal.


Nos anos 1940, quando a cidade já tinha 800 mil habitantes e enfrentava sérios problemas de transportes, surgiram novos projetos elaborados por engenheiros brasileiros, além de uma proposta da companhia do metrô de Paris, mas a decisão continuou sendo adiada. Apenas em 1955, com a criação de uma comissão do metropolitano coordenada pelo ex-prefeito Prestes Maia é que os planos começaram a ganhar concretude, com a previsão de 100 km de linhas que de alguma forma foram incorporados ao metrô atual. Alguns viadutos e pontes de São Paulo ostentam até hoje espaços reservados para esse metrô nunca construído.


Somente em 1968 é que a cidade viu a assinatura do primeiro contrato para o projeto executivo da linha norte-sul, atual Linha 1 Azul, com o consórcio Hochtief, Montreal e Deconsult (HMD), inaugurada em 1974. Detalhes dessa história podem ser encontrados em artigo do arquiteto e urbanista Ayrton Camargo e Silva, que foi assessor técnico da Diretoria de Planejamento e Expansão dos Transportes Metropolitanos do Metrô-SP. 


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