Foi dado início nesta segunda-feira (16), com a presença do governador Romeu Zema (Novo), às obras de construção da linha 2 do metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), concebida há mais de duas décadas e finalmente posta em prática.
O novo traçado, com 10,5 km de extensão, vai interligar a atual linha 1 até o Barreiro, e contará com sete estações: Nova Suíça, Amazonas, Nova Gameleira, Nova Cintra, Vista Alegre, Ferrugem e Barreiro.
Mapa com o traçado das linhas atual e futura do Metrô da RMBH Imagem: Divulgação
Máquinas já colocadas na área da estação Amazonas Foto: Dirceu Aurélio/ Imprensa MG
A expectativa é de que as estações sejam concluídas por etapas, de acordo com cronograma previamente estabelecido, começando por Nova Suíça e Amazonas, que devem ficar prontas em 2026. Já as demais paradas deverão ser concluídas até 2028, segundo a previsão.
O empreendimento faz parte da concessão do sistema herdado da CBTU à operadora Metrô BH, liderada pelo Grupo Comporte. O contrato foi firmado pelo governo mineiro, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) e a atual concessionária.
Serão adicionados 24 trens fabricados pela chinesa CRRC que ampliarão a frota e substituirão trens mais antigos. Com o novo ramal, a previsão é que o Metrô transporte diariamente 213 mil passageiros, sendo 157 mil na linha 1 e 56 mil na linha 2. A expansão será feita na superfície na faixa de domínio já existente.
A concessionária também assumiu o compromisso de reformar as 19 estações da linha 1 e concluir a expansão até Novo Eldorado, em Contagem – a previsão é que esse trabalho seja entregue até 2026. A modernização do sistema inclui ainda investimento em tecnologias como wi-fi, painéis LEDs (que trazem o tempo de espera de chegada dos trens) e implantação de bilhetagem digital.
O pacote de toda a concessão custou R$ 3,2 bilhões aos cofres públicos, sendo R$ 2,8 bi de recursos do governo federal e R$ 400 mi do Executivo estadual, mas não foi divulgado o valor específico das obras da linha 2.
Protestos
Governador e convidados mal tinham chegado nesta segunda-feira (16) ao evento da futura linha 2, no canteiro da estação Amazonas, e moradores das áreas que serão desapropriadas para a construção da nova linha férrea já estavam postados no local para uma manifestação de protesto. A reclamação da população é que nem governo nem concessionária apresentaram ainda um cronograma e o planejamento para a desocupação.
Os manifestantes afirmam que não são contra as obras do metrô, mas pedem a garantia de que terão novas moradias. De acordo com o grupo, atualmente já são mais de 300 famílias atingidas entre as regiões Oeste e Barreiro, ainda sem informações sobre o destino delas.
Diante disso, o governo informou, no evento, que uma audiência deveria ocorrer hoje (17) e convidou as famílias a comparecerem para debater o assunto. Já a Metrô BH argumentou que inicialmente apenas dois imóveis deverão ser impactados com a remoção, mas que "há um cronograma que vai implantado e negociado aos poucos".
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