Sem festa, sem fita, nem a presença de autoridades civis, militares ou eclesiásticas, a ciclovia da Rota Márcia Prado vai ser ocupada por milhares de ciclistas neste domingo, 28 de julho.
O traçado aproveita a estrada de serviço da Rodovia dos Imigrantes, que já era usada por ciclistas para a descida da Serra do Mar entre São Paulo e o litoral.
A bicicletada está sendo organizada por grupos de bicicleta, que sairão em pelotões, de vários municípios da RMSP com destino à Baixada Santista.
As adaptações foram realizadas pela concessionária Ecovias, depois de várias pedaladas - algumas com milhares de pessoas - pela rota de descida, além de negociações entre governo do estado, concessionária e o Ciclocomitê Paulista de Ciclismo. Apesar disso, o governo tem evitado qualquer destaque para a conclusão da obra. Apenas no sábado (27), a Ecovias publicou uma nota informando sobre a conclusão da passarela sobre a Rodovia dos Imigrantes e a entrega dos 5 km de ciclovias ao longo da estrada.
Os participantes sairão em grupo às 7h da manhã, de dois pontos:
- Rua Miguel Yunes e Marginal do Pinheiros, com caminho pelo trem da CPTM até a estação Jurubatuba e depois seguindo pela ciclovia da Marginal;
- O outro ponto de partida é a estação Ribeirão Pires, na Linha 10–Turquesa da CPTM;
Também será possível seguir o traçado individualmente ou em pequenos grupos, antes ou depois do horário combinado. Mas, como sempre, é provável que haja um congestionamento de bicicletas para a travessia das balsas na represa Billings.
Os organizadores explicam que essa bicicletada não é um evento oficial, o que pode exigir mais cuidado em alguns trechos lindeiros à rodovia. Como a Ecovias não sinalizou o caminho, haverá uma sinalização com placas preparadas pelos grupos de ciclistas
O ativista André Pasqualini conta tudo em detalhes...
...e o vídeo da Renata Falzoni relembra a história desse caminho controverso, oficializado em 2018 pelo então governador (e atual ministro) Márcio França...
Marcia Prado
A cicloativista Marcia Regina de Andrade Prado foi a principal articuladora do pedal que traçou o caminho para a descida da Serra do Mar, em janeiro de 2009. Dias depois foi atropelada e morta por um ônibus na avenida Paulista, que ainda não tinha a ciclovia atual.
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