A partir desta segunda-feira (22), pesquisadores destacados pela Prefeitura do Recife estarão a postos em 16 pontos diferentes da capital pernambucana, munidos de radares móveis para aferir a velocidade dos veículos nas ruas.
O levantamento será feito até o dia 10 de agosto, e sua finalidade, esclarece a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), não é a fiscalização, mas pesquisar o comportamento dos condutores.
Realizado em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global, o estudo conta com metodologia da Johns Hopkins University, dos Estados Unidos, e apoio operacional da Universidade Federal do Ceará (UFC). Ao todo, sairão a campo 16 pesquisadores, cada um com um radar de mão.
Pesquisa
Iniciada em 2020, com outras rodadas já realizadas, desde então os motociclistas têm sido os usuários que mais excedem a velocidade no Recife, seguidos de veículos leves (como carros) e, em terceiro lugar, os veículos pesados, como ônibus e caminhões. Em média, um terço dos motociclistas transitam acima do limite adequado de velocidade.
“As pesquisas observacionais realizadas em vias de diferentes tipos do Recife são importantes porque trazem recomendações e nos fazem construir políticas públicas de segurança viária baseadas em evidências para evitar os fatores de risco e, consequentemente, reduzir os sinistros de trânsito", destaca a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.
"Estamos em um contexto de aumento de sinistros, especialmente com motociclistas, em toda a América Latina, esse não é um problema que apenas o Brasil enfrenta. Então coletar dados, observar os comportamentos para identificar onde podemos melhorar continuamente nas ações de fiscalização, engenharia, educação e comunicação é essencial para reduzir as mortes, porque nenhuma delas é aceitável”, continua.
A coordenadora de vigilância de dados da Bloomberg, Amanda Conceição, explica qual a estratégia para os "campeões" de velocidade, os motociclistas: “No caso do excesso de velocidade (...), isso tem pautado diversas ações, como a engenharia de trânsito para redesenhar áreas e implantar projetos que induzem à adequação da velocidade, além da fiscalização de trânsito com montagem de blitze em locais de maiores desrespeito e até as campanhas de mídia de massa que trazem o foco no motociclista, tanto porque são as principais vítimas, quanto porque são quem mais aceleram”.
Outros fatores de risco
Em outras rodadas de pesquisas, explica a CTTU, também foram analisados outros fatores de risco como o desrespeito ao cinto de segurança, ao capacete e ao dispositivo de proteção infantil.
Ao todo, 84% das pessoas utilizavam o cinto de segurança e, entre os motoristas, 89% utilizavam. No banco dianteiro, 86% utilizavam o cinto de segurança, número que cai significativamente quando observamos os adultos do banco traseiro, onde apenas 53% utilizam o equipamento. Entre o uso de dispositivo de proteção de crianças entre cinco e 11 anos, 38% utilizam. Já as cadeirinhas para crianças até cinco anos de idade foram observadas em 55% dos casos. Quanto ao capacete, foi observado que 99% dos motociclistas utilizam o capacete, mas apenas 92% afivelaram da maneira correta, esse número cai para 84% entre os passageiros de motocicletas.
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