Semana do Caminhar 2024 lança o desafio Galeria #PerifaAPé

A proposta é que as pessoas registrem em fotos como é caminhar nas periferias das cidades. E depois postem essas imagens nas redes sociais

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Fonte: Mobilize Brasil / Instituto Caminhabilidade  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 08 de julho de 2024

Nas periferias, caminhar é a forma mais usada de t

Nas periferias, caminhar é a forma mais comum de transporte

créditos: Reprodução Instituto Caminhabilidade

O Instituto Caminhabilidade está iniciando a ação Semana do Caminhar - Perifa a Pé, que acontece até o dia 10 de agosto, com participação aberta a pessoas de todo o Brasil. A ideia, neste ano, é observar e documentar como as pessoas caminham nas ruas das periferias, mostrar como são essas ruas, e revelar de que forma essas condições interferem no caminhar de mulheres, crianças, idosos e homens.


O objetivo é criar uma coletânea de imagens que mostrem as pessoas caminhando em suas cidades, bairros e ruas das periferias, e destacar as dificuldades enfrentadas pelas pessoas de cada gênero e idade para caminhar.


Dados da pesquisa Origem-Destino de 2017 na cidade de São Paulo mostram que é nas periferias onde mais se caminha. Em Heliópolis, maior favela da cidade, 37,7% dos deslocamentos são feitos exclusivamente a pé. Em Paraisópolis, a segunda maior favela, esse número sobe para 40,7%, enquanto na região da Brasilândia, o oitavo distrito mais populoso, 30,9% das saídas diárias são feitas somente a pé.

 

A pesquisa também mostra que crianças e mulheres são as pessoas que mais caminham. Cerca de 68% dos trajetos escolares de crianças de 10 a 14 anos são feitos a pé em Cidade Tiradentes, na zona leste, e no Jardim São Luís, na zona sul de São Paulo. Na média, em toda a região metropolitana, 57% das idas e vindas para a escola são feitos a pé por crianças e adolescentes. E, por fim, as mulheres são as campeãs do caminhar nas ruas das favelas, representando 63,9% dos deslocamentos a pé em Paraisópolis, 52,4% em Heliópolis e 53,8% na Brasilândia.


Apesar dessa prevalência do caminhar como forma de mobilidade, nas periferias as pessoas enfrentam dificuldades inadmissíveis, como a falta de espaço para caminhar em segurança, pela falta ou precariedade de calçadas, o que obriga o compartilhamento das ruas com carros e motos, a ausência de segurança e iluminação, e a necessidade de percorrer grandes distâncias até os serviços essenciais. "Isso nos ajuda a entender que as pessoas caminham não porque preferem, mas sim porque precisam", afirma Leticia Sabino, do Instituto Caminhabilidade.


A fundadora e diretora do Instituto explica que a Semana do Caminhar pretende dar visibilidade às condições de enfrentadas por pedestres nas ruas das periferias para chamar a atenção das autoridades e da opinião pública e, assim, ajudar na construção de soluções que melhorem essa caminhabilidade.

 

Para saber mais e participar, acesse:
https://www.semanadocaminhar.org/

 


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