O julgamento de José Maria da Costa Júnior, acusado de atropelar e matar a ciclista Marina Kohler Harkot em novembro de 2020, foi adiado para 23 de janeiro de 2025. A defesa apresentou um atestado médico dizendo que o réu teria contraído dengue. A promotoria solicitou o teste de sorologia para a Santa Casa na cidade de Socorro, onde o réu foi atendido.
Família e amigos organizaram uma manifestação na entrada do Fórum da Barra Funda, em São Paulo, onde aconteceria o julgamento. "Esse julgamento não é apenas sobre a vida da minha filha, é sobre as vidas das centenas de pessoas que morrem no trânsito todos os dias. Enquanto o autor dessa barbaridade continua levando sua vida, nós vivemos a ansiedade de esperar por justiça para Marina", afirmou Maria Cláudia Kohler, mãe de Marina.
A manifestação também contou com a presença da ativista Renata Aragão, da organização Rodas da Paz, em Brasília. Ela é mãe do ciclista Raul Aragão, atropelado e morto em 2017, aos 23 anos. “Enquanto houver essa sensação de impunidade, a violência no transito vai continuar”, declarou Renata.
Marina Kohler Harkot foi atropelada enquanto pedalava na Zona Oeste de São Paulo. O motorista, que trafegava em alta velocidade, não prestou socorro. Ele foi flagrado por câmeras de segurança chegando em casa completamente embriagado e rindo. Costa Júnior, também destruiu provas e ficou foragido durante o início da investigação. Ele responde por homicídio doloso qualificado por dirigir sob efeito de álcool. O julgamento estava marcado desde outubro de 2023.
Marina tinha 28 anos, era uma estudiosa de mobilidade urbana e ativismo. Socióloga pela USP, cursava doutorado e atuava como pesquisadora do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade). Sua dissertação de mestrado, "A bicicleta e as mulheres: mobilidade ativa, gênero e desigualdades socioterritoriais em São Paulo" é uma referência acadêmica sobre o tema.
Marina Harkort em discussão sobre a infraestrutura cicloviária de São Paulo Foto: Arquivo da família
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