Bicicletas e calçadas, para salvar o meio ambiente

Ciclistas e pedestres precisam mais do que datas festivas. Também é necessário retomar a pressão nas ruas

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 05 de junho de 2024

Mulheres saem com suas bikes nas ruas de Mumbai, n

Mulheres saem com suas bikes nas ruas de Mumbai, na Índia

créditos: Mumbay Daily

Bicicleta e meio ambiente marcam esta primeira semana do mês de junho. Hoje (5), solenidades oficiais, com presidentes, ministros, governadores e prefeitos marcam o Dia Mundial do Meio Ambiente e lembram os dramáticos efeitos das mudanças climáticas, como o "dilúvio" que se abateu sobre o Rio Grande do Sul. A segunda-feira (3), foi marcada pelo Dia Mundial da Bicicleta, data escolhida pela ONU para lembrar que a velha bike é uma ótima alternativa de mobilidade e de saúde pública, além de ser muito mais divertida do que dirigir um automóvel. Pedalar, circular de bicicleta, é também um exercício para sentir a cidade, seus humores, dramas, doenças, e belezas ocultas.

 

Ontem, pesquisando eventos, protestos e festas relativas ao dia da bicicleta, encontramos muitas atividades interessantes, em todas as partes do mundo, com bicicletadas na África, Europa e Ásia, como as ciclistas mulheres que sairam às ruas em Mumbai, na Índia. Olhando aqui para o Brasil, somente localizamos notas na imprensa e posts nas redes sociais, lembrando a data e os benefícios oferecidos pelas magrelas. Não encontramos nenhuma ação concreta, nas ruas, em nenhuma parte do país. 


Pode ser coincidência, mas ao mesmo tempo lembramos da quase falência, aqui no país, do movimento "massa crítica", as divertidíssimas bicicletadas que aconteciam sempre nas últimas sextas-feiras do mês em várias cidades do Brasil. O aparente desânimo pode ter uma relação direta com a paralisia das políticas públicas: ainda há poucas ciclovias, não há manutenção na rede cicloviária existente, faltam locais seguros para a guarda das bikes, e sobretudo, parece não haver um interesse verdadeiro de grande parte das autoridades em relação ao tema.


Apesar de tudo, no dia a dia, há cada vez mais ciclistas nas ruas.
Gente que sai cedo, vai para o trabalho, para a escola, vai às compras, transporta mercadorias ou simplesmente passeia. Não temos números para mostrar, mas sentimos esse crescimento na presença de cicistas mais idosos, mulheres, inclusive, apesar dos problemas de segurança detectados em uma pesquisa recente realizada com usuários das bikes compartilhadas Tembici.Também notamos o crescimento da integração entre bikes e os modos de transporte público, como os trens e metrôs. Mas não vemos aquela pressão permanente dos cicloativistas brasileiros.


"Interesse verdadeiro" envolveria a inclusão das bicicletas - comuns e elétricas - no planejamento das necessárias reformas ambientais que as mudanças climáticas impõem às cidades. Significaria também o reconhecimento do ciclismo urbano como um poderoso instrumento para a reciclagem da indústria, do comércio e serviços, com a geração de milhões de empregos, em todas as localidades brasileiras. Faria bem à economia, à saúde das pessoas, à educação e ao meio ambiente.


E já que chegamos aqui, convém lembrar que as mesmas mãos e materiais que fazem ciclovias podem renovar calçadas, sinalização e paisagismo para milhões de pedestres, facilitando as idas e vindas de crianças, idosos, pessoas com deficiência. Tudo isso sem encher as ruas de carros. Eles que fiquem nas garagens, para os passeios de final de semana.


Veja mais imagens do Dia Mundial da Bicicleta:


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