Na tarde desta quinta-feira (30), após oito anos de espera, entrou finalmente em operação em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, o novo transporte público aquaviário "Aquabus", como vem sendo chamado.
O sistema conta com três veículos equipados com motores e sistemas de GPS, além de ar-condicionado e TVs de tela plana. Cada veículo tem capacidade para transportar cerca de 60 passageiros e dispõe de acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Um período de teste foi realizado pela Prefeitura antes de ser liberado totalmente o serviço ao público. O transporte vai operar todos os dias da semana das 6h50 às 17h, com embarques a cada 40 minutos. Apesar disso, o funcionamento e o tempo de viagem podem variar conforme as condições meteorológicas e do mar.
O preço será o mesmo da passagem de ônibus: R$ 2,10 para usuários com cartão e de R$ 5 para pagamentos em dinheiro, além da garantia de integração pelo Sistema Integrado de Mobilidade, por meio do bilhete único.
Início ontem (30) de operações do transporte aquaviário no litoral de São Paulo Foto: Prefeitura de Ihabela
Embarque e desembarque
Inicialmente, o Aquabus fará paradas em três pontos da ilha: píer da Vila, píer do Engenho D'Água e Perequê. A perspectiva é que o sistema seja ampliado para mais seis pontos de embarque e desembarque, mas ainda não há previsão para isso acontecer.
Antes de começar a operar, o Aquabus passou por testes com passagem gratuita. Os testes foram realizados com participação do público, para alinhar os últimos detalhes. Cerca de 1,5 mil pessoas usaram o transporte no período de testes.
História
Os três catamarãs do Aquabus foram adquiridos em 2015 por quase R$ 5 milhões, mas antes de entrar em funcionamento, o Ministério Público apontou irregularidades cometidas no procedimento de compra. Os barcos foram adquridos e entregues sem certificação para a navegação; sem estudo de viabilidade socioeconômica para a operacionalidade; sem adequação dos píeres e embarcações para acessibilidade; e também sem investimentos para abrigo dos passageiros nos píeres, entre outros problemas legais.
Após essas constatações, os barcos ficaram abandonados em uma marina na cidade vizinha de Caraguatatuba. Essa situação permaneceu assim até que, após a abertura de processo judicial da marina contra a Prefeitura de Ihabela, a administração municipal decidiu recuperar os três veículos e relançou agora o sistema de transporte por mar com as adaptações necessárias, voltado a moradores e turistas.
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