Além do VLT no centro da capital paulista, chamado de "Bonde São Paulo", a Prefeitura* planeja implantar ainda mais um projeto de transporte sobre trilhos: o VLT Barra Funda-Mandaqui, que ligará as zonas oeste e norte da cidade. (*Observação: Por meio de nota, a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de São Paulo - Secom informa que: "O projeto é do setor produtivo, não é da Prefeitura. Até o momento, o planejamento da Prefeitura é para a região central, com o VLT do Centro de SP." Atualização em 17/5).
Atualmente em fase de estudos preliminares, o projeto foi apresentado nesta quinta-feira (16) pelo conselheiro do CAU/SP, Luiz Antônio Cortez, durante evento sobre o tema organizado pelo Instituto de Engenharia de São Paulo.
No caso, o sistema foi desenhado para percorrer o eixo da avenida Caetano Álvares, no vale do rio Mandaqui, passando por bairros da zona norte como Limão, Casa Verde, Imirim, até cruzar a Marginal Tietê e finalizar seu percurso no Terminal multimodal da Barra Funda.
O valor estimado do projeto é de R$ 1,9 bilhão, com execução sugerida por meio de PPP (parceria público-privada), e expectativa de contrapartida para a Prefeitura de R$ 2,1 bilhões, obtidos por outorga onerosa [que calcula o potencial de arrecadação com novos empreendimentos na área].
Traçado do VLT Barra Funda-Mandaqui, exibido em apresentação hoje (16) no IE Imagem: Reprodução CAU-SP
Com extensão total de 8 km (8.040 m), o VLT contará com 11 veículos e 12 estações e, segundo as perspectivas, deve atender a uma demanda diária calculada em 37 mil passageiros. Após a conclusão dos estudos de viabilidade, as audiências públicas estão previstas para acontecer entre agosto-outubro deste ano, e o leilão para construção do sistema em março-abril de 2025.
Segundo Cortez, que é especialista em planejamento de transportes urbanos, a proposta do VLT teve à frente a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) e contou no seu desenvolvimento com a expertise de diversas entidades técnicas. A característica principal do projeto, destacou o conselheiro do CAU, é ser autofinanciável e sustentável ambientalmente.
O projeto se integra a um plano para requalificação dessa área mal servida de benfeitorias da cidade: prevê a recuperação de corpos d'água (o poluído córrego Mandaqui segue ao lado do VLT), e socialmente, o projeto deverá atrair investimentos empresariais que reverterão na construção de habitações de interesse social e outras no entorno. De acordo com o representante do CAU, a expectativa é que a Prefeitura paulistana obtenha recursos de outorga onerosa e possa assim desenvolver propostas de geração de novas receitas.
Apresentação do projeto destacou em branco o "vazio" de mobilidade que afeta a região Imagem: CAU-SP
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