A partir desta sexta-feira (12), para andar de metrô na cidade do Rio de Janeiro o passageiro terá de pagar R$ 7,50, a passagem mais alta do país para o modal sobre trilhos. O reajuste de R$ 0,60 - cobrado sobre o valor de R$ 6,90 - foi autorizado em fevereiro pela Agetransp, a agência reguladora do transporte no estado.
Para atenuar, em parte, o impacto desse aumento no bolso do carioca, foi mantida a tarifa social de R$ 5,00, recomendada pela agência reguladora. Mas têm direito ao benefício apenas 46% dos usuários, aqueles cuja renda mensal não ultrapasse R$ 3.205.
Desde 2021, o estado do Rio tem a tarifa de metrô mais cara do Brasil. Das 14 cidades com malha metroviária, nenhuma opera com o valor acima de R$ 5,50, R$ 2,00 a menos do que o novo preço da passagem.
Por que tão alta?
A passagem do metrô do Rio é a mais cara do Brasil por falta de subsídio governamental, afirmam especialistas em mobilidade urbana. Essa é a opinião do diretor da FGV Transportes, Marcus Quintella, ao explicar que o Rio talvez nem tenha o maior custo operacional entre as malhas metroviárias brasileiras, mas a falta de subsídios faz com que a tarifa chegue mais cara ao usuário. Outra autoridade ouvida pela reportagem da CBN é o secretário de Transportes, Washington Reis, que sustenta que a falta de subsídios está atrelada à falta de investimento federal no estado.
Dados da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) mostram que o apoio financeiro do governo na tarifa foi de apenas 12% em 2023, e ainda assim referentes exclusivamente à tarifa social, não incidindo sobre os custos da operação. Em São Paulo, por exemplo, que têm duas linhas privatizadas, a gestão paulista concedeu 44% de aporte no preço da passagem.
Um relatório da ANPTrilhos de 2022 destaca o Rio de Janeiro como o único estado em que o valor cobrado na ponta à população cobre 100% dos custos da operação, ou seja, a passagem é paga integralmente pelo usuário.
Na Europa, em cidades como Londres, Paris e Madri, a participação dos governos na receita dos sistemas metroviários é da ordem de 60%, com o faturamento das bilheterias respondendo pelos outros 40%.
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