Para marcar o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito (19/11), relembrar as vidas perdidas nas vias locais e homenagear os agentes de trânsito e profissionais de saúde que dedicam seu tempo a cuidar dos munícipes, a Prefeitura do Recife realizou uma projeção, na fachada do estacionamento do Paço da Alfândega, no bairro do Recife, com mensagens que lembram as 105 vítimas mortas em sinistros de trânsito no último ano.
A intervenção foi realizada pela Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global (BIGRS), entre as 18h e as 21h deste domingo. Criado em 1993 pela RoadPeace, uma organização social do Reino Unido, como uma forma de lembrar das vítimas de sinistros no trânsito, o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito teve o apoio inicial da Federação Europeia e de várias outras organizações parceiras que passaram a realizar várias ações de mobilização nesta data.
Além da projeção e de blitzes de informação a motoristas e motociclistas, foi feita uma intervenção urbana com carcaças de motocicletas envolvidas em sinistros graves, na segunda-feira (20), para sensibilizar os cidadãos sobre os riscos de comportamentos incorretos no trânsito.
Os dados do Relatório Anual de Segurança Viária do Recife em 2022, lançado nesta segunda-feira (20), indicam que 105 vidas foram perdidas no trânsito do Recife nesse período. As informações foram coletadas por órgãos como a CTTU, Secretaria de Saúde do Recife, Secretaria de Defesa Social e Samu Recife, integrados pelo Comitê Municipal de Acidentes de Trânsito (Compat). Os números de 2022 revelam um alerta de aumento em relação a 2021. As vítimas fatais aumentaram em 19,3% e os pedestres foram as principais, correspondendo a 42% dos casos.
Em relação a vítimas feridas, foram contabilizadas 1.806 ocorrências de sinistros, 72% delas envolvendo motocicletas, o que é um dado de alerta. Além disso, o aumento das ocorrências com feridos foi de 13% em relação a 2021. O principal alerta à sociedade continua sendo o excesso de velocidade, que é a principal causa de morte no trânsito segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao todo, estima-se que 50% das mortes no trânsito são por excesso de velocidade. Além disso, temos o uso incorreto do capacete e do cinto de segurança, e a ingestão de álcool ao volante.
Blitz educativa voltada a motoristas e motociclistas Foto: CTTU
“O grande desafio na gestão do trânsito do Recife tem sido investir em ações que resultem em promover a segurança viária. Ações com foco na educação; na fiscalização e na sinalização viária contribuem para reduzir os riscos de sinistros de trânsito e para conscientizar os condutores sobre os fatores de risco. Uma mudança de atitude dos condutores no respeito à velocidade, em não usar o celular ao dirigir e não dirigir após ingerir bebida alcoólica, por exemplo, são importantes para evitarmos lesões e mortes no trânsito. Acreditamos que essa responsabilidade é compartilhada. Por um lado, o poder público com suas ações e, por outro, os condutores com maior conscientização, assim, juntos, salvaremos vidas no trânsito”, enfatiza a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.
Velocidade
"O risco de morte de um atropelamento a 70 km/h, por exemplo, é de quase 100%. Já se for a 50 km/h, o risco cai para 80%, a 30 km/h, vai pra quase 10%. As vias da cidade devem ter limites de velocidade adequados às interações dos diversos modos de transporte e os limites estabelecidos precisam ser respeitados", explica o coordenador executivo da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global no Recife, Gustavo Sales.
Em análise dos dados de infrações realizada pela CTTU verificou-se que, no ano de 2022, 32% de todas as infrações de trânsito registradas na cidade foram cometidas por condutores que excederam em 20% os limites de velocidade estabelecidos nas vias. Ainda assim, esse número corresponde a 0,2% dos condutores porque, onde há fiscalização por excesso de velocidade, o índice de respeito é de 99,8%.
A Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global (BIGRS) realizou uma pesquisa observacional no Recife por meio da Universidade Johns Hopkins para medir o índice de respeito à velocidade e ficou comprovado que, onde não há fiscalização eletrônica, o excesso de velocidade é cometido por 24% dos veículos. Os usuários que mais excedem a velocidade são os motociclistas, 35% das motos andam acima desse limite. No caso de veículos leves o número é 21% e, entre os pesados, 14%.
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