Presidente do BNDES quer mais investimento em ônibus elétricos

"Nosso desafio agora é o ônibus elétrico. Se quisermos manter o nosso parque automotivo, temos de avançar nessa perspectiva", declarou Aloísio Mercadante

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Fonte: Agência Brasil  |  Autor: Pedro Peduzzi; Edição: Aline Leal /Agência Brasil  |  Postado em: 09 de novembro de 2023

Ônibus elétrico articulado, fabricado em S. Bernar

Ônibus elétrico fabricado em S. Bernardo do Campo (SP)

créditos: Divulgação Eletra
Com uma carteira próxima a R$ 200 bilhões, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) quer apoiar projetos inovadores que sejam ambientalmente sustentáveis. Segundo o presidente do banco, Aloísio Mercadante, entre as áreas aptas a receber financiamento do banco estão as de hidrogênio verde; transportes coletivos elétricos; combustível sintético; e baterias elétricas.

“O grande salto da fronteira energética agora é o hidrogênio verde. Quem tiver projeto pode nos procurar. Temos grande interesse no hidrogênio verde e no combustível sintético, que vai ser a próxima etapa para a aviação, para os navios e para a indústria automotiva”, disse Mercadante nesta quarta-feira (8) ao abrir o segundo e último dia do 6º Brasil Investment Forum (BIF 2023), no Palácio Itamaraty, em Brasília.

Mercadante citou, entre os desafios do Brasil, o de mudar a indústria automotiva, de forma a avançar no processo para uma economia ambientalmente mais limpa. “Temos [no país] 172 mil ônibus e o brasileiro é o segundo povo que mais anda de ônibus no planeta. Mais ainda: 52% dos ônibus produzidos vendidos na América Latina foram feitos no Brasil”, disse.
 
 
Mercadante defende "ajuste na indústria" para a produção de mais ônibus elétricos Foto:Fábio R.Pozzebom/EBC

 
“Nosso desafio agora é o ônibus elétrico. Se quisermos manter o nosso parque automotivo, temos de avançar nessa perspectiva”, acrescentou ao lembrar que há, no país, cinco montadoras que trabalham com 20% de conteúdo nacional – e que a meta do governo é fazer este número chegar a 50%.
 
Entre os conteúdos nacionais desses veículos estão chassi, carroceria e bateria. Mercadante complementou dizendo que o Brasil possui a sétima maior reserva mundial de lítio, material usado para a produção de bateria. “A WEG [fabricante de equipamentos elétricos] já está produzindo uma excelente bateria. Temos grande interesse nessa inovação”.
 
Mercadante acrescentou que, diferentemente da montagem de carros, que hoje é automatizada, a fabricação de ônibus é por manufatura. “É trabalho humano; é emprego qualificado na indústria”. O ministro ainda comentou que o BNDES acabou de financiar 1,6 mil ônibus elétricos apenas para cidade de São Paulo.
 
 
Produção de pacotes de baterias na fábrica da WEG, em Jaraguá do Sul (SC) Foto: Weg
 

Leasing para ônibus elétricos
Mercadante defendeu também a criação de empresas de leasing para os ônibus, uma vez que nem todas as operadoras têm condições de comprar veículos. Leasing é um contrato de arrendamento mercantil que funciona de forma similar à de um aluguel. Ele, no entanto, oferece, ao final do contrato, a opção de compra do bem.
 
“Precisamos montar empresas de leasing para ônibus elétricos. Com isso, você viabiliza a operação porque baixa o custo operacional. Temos uma das maiores frotas de ônibus do planeta para renovar. Queremos investimentos nessa área. Por isso, o BNDES está priorizando essa transição para os ônibus elétricos. Estamos muito atentos a essa possibilidade para quem tiver interesse em negócios nessa área e na área de energia limpa”, complementou
 
O executivo refirmou que o BNDES vai retomar a agenda de pesquisa e desenvolvimento para favorecer iniciativas inovadoras no país. “Temos R$ 40 bilhões [para isso], com uma taxa de juros que não chega a 4% [ao ano], para financiar a inovação das empresas”.
 
 

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