O novo Terminal Deodoro, no Rio de Janeiro, foi entregue nesta quarta-feira (20) pela Prefeitura municipal. A obra tem cerca de 10 mil m² de área e estrutura em dois pisos.
A ampla estrutura permitirá fazer a integração entre diferentes modais de transporte, e por isso é considerada obra estratégica para a mobilidade da região. O terminal fará a conexão do BRT Transolímpica, de linhas de ônibus convencionais, de trens da Supervia e, futuramente, do BRT Transbrasil. É o primeiro dos quatro terminais previstos para atender o corredor Transbrasil, há quase dez anos aguardado pela população (veja detalhes no final da matéria).
A inauguração contou com a presença do prefeito Eduardo Paes (PSD), da secretária de Transportes, Maína Celidonio, da secretária de Infraestrutura, Jessick Trairi, e da diretora-presidente da Mobi-Rio, Claudia Secin.
Durante o evento, Paes explicou a importância do novo terminal, que reunirá em um só espaço de conexão trens e as linhas dos BRT Transolímpica e Transbrasil: "Na prática, a pessoa poderá sair de Guaratiba, Sepetiba ou Santa Cruz, e chegar ao centro do Rio de Janeiro usando o sistema BRT até o Terminal Gentileza, pegando em seguida o VLT sem gastar um tostão a mais", enfatizou o gestor.
Mapa dos terminais de BRT no Rio. Ilustração: Mobilize
Nesta primeira etapa de operação, o Terminal Deodoro integrará dois serviços de BRT do corredor Transolímpica (51: Deodoro x Recreio parador e 52: Deodoro x Alvorada parador), 12 linhas de ônibus convencionais urbanos e trens da Supervia (ramais Japeri, Santa Cruz e Deodoro). Segundo a Prefeitura, os usuários de transporte público de diversas regiões terão o tempo de viagem reduzido em até 30 minutos.
Sete novas linhas
Além de cinco serviços de ônibus que passarão a deixar os passageiros em frente ao terminal, a Secretaria de Transportes criou sete novas linhas para atender o Terminal Deodoro: 653 – Méier x Terminal Deodoro; 764 – Catiri x Terminal Deodoro; 765 – Mendanha x Terminal Deodoro (via Estrada do Guandu do Sena); SV783 – Praça Seca x Terminal Deodoro; 788 – Campo Grande x Terminal Deodoro (via Ponto Chic); 796 – Campo Grande x Terminal Deodoro (via Estrada do Mendanha); e 798 – Campo Grande x Terminal Deodoro (via Estrada da Posse).
"Vamos ter dois serviços da Transolímpica no segundo piso, ligando Deodoro à Alvorada e ao Terminal Recreio. No piso inferior, temos sete novas linhas de ônibus conectando a zona oeste com Deodoro, além de outras cinco linhas que deixam passageiros bem na frente aqui do terminal. Tudo isso para que as pessoas possam, principalmente, chegar à Barra e ao Recreio de forma mais rápida", destacou a secretária Maína Celidonio.
Estas novas linhas funcionarão inicialmente apenas em horários de pico e terão seu funcionamento pleno com o início da operação do corredor Transbrasil. Os ônibus do BRT chegarão no segundo andar e os ônibus convencionais, no primeiro piso.
Vista aérea do Terminal Deodoro, na zona oeste do Rio. Foto: Reprodução
Terminal Deodoro
Com aproximadamente 10 mil m², o terminal é formado por dois pisos. O andar superior é destinado às frotas do BRT. São duas plataformas, com oito vagas para embarque e desembarque, cada, totalizando 2,5 mil m². A área do térreo, por sua vez, receberá as linhas alimentadoras. A plataforma de 3,2 mil m² conta com 24 vagas para os ônibus alimentadores que irão acessar o terminal.
O acesso à plataforma suspensa será feito pelos passageiros por escadas ou elevadores. Neste piso haverá um espaço para atendimento para os usuários PCDs acessarem os ônibus. O terminal conta ainda com vias alimentadoras em seu entorno, com cerca de 4,3 mil m².
O local dispõe ainda de bilheteria, sanitários, prédio administrativo e setor de apoio. O caminho até a estação de trem de Deodoro da Supervia será feito por passarela, com rampas de acessibilidade e escadas.
BRT Transbrasil
Inicialmente previsto para a Copa do Mundo de 2014, e tendo recebido verba federal na época de R$ 1,63 bilhão, o BRT Transbrasil se arrastou e suas obras só foram iniciadas em 2015, previstas para terminar em dois anos. Não foi o que aconteceu, e os trabalhos ficaram anos pelo caminho.
Só em agosto de 2021 a obra foi retomada, já na gestão Eduardo Paes, com orçamento previsto de R$ 361 milhões para sua finalização.
Com números atualizados, a Prefeitura informa que as obras do corredor Transbrasil custarão total de cerca de R$ 1,9 bilhão, sendo financiadas pelo BNDES e Caixa Econômica Federal. Pelo BNDES foram aportados R$ 115 milhões, já pela CEF o valor do financiamento é de pouco mais de R$ 1 bilhão, diz a gestão, acrescentando que o valor restante foi pago com recursos próprios municipais.
No total, serão 18 estações, quatro terminais (Deodoro, Margaridas, Missões e o intermodal Gentileza) e mais 22 intervenções, como viadutos e alargamentos de pistas, ao longo de 26 km.
A previsão do governo é que todo o Sistema BRT esteja em pleno funcionamento no primeiro semestre de 2024. Somando os quatro corredores (Transoeste, Transcarioca, Transolímpica e Transbrasil), serão 140 estações, 15 terminais e quase 150 km interligando zona oeste, região da Barra da Tijuca, zona norte e centro. Até 2026, a previsão é que o sistema transporte cerca de 700 mil passageiros por dia (hoje, são transportadas cerca de 347 mil pessoas diariamente).
E agora, que tal apoiar o Mobilize Brasil?
Acesse a plataforma Abrace uma Causa e contribua!
Leia também:
Obra do BRT Transbrasil é retomada, e deve terminar em 2023
BRT por VLT, uma decisão surpreendente no Rio
BRT do Rio recebe quase R$ 2 bi do governo federal para renovação e ampliação
Rio poderá ter metrô leve ligando o Galeão ao Centro
Supervia desiste de operar os trens metropolitanos no Rio