De janeiro a julho deste ano, 2.457 pedestres precisaram ser internados no Sistema Único de Saúde (SUS) de Minas Gerais. Trata-se de um aumento de 11,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Com isso, o estado ocupa a terceira posição no ranking nacional, atrás de Goiás (6.402) e São Paulo (3.077). O número de acidentes de trânsito em Minas subiu de 3.856, entre janeiro e julho de 2022, para 3.957 no mesmo período deste ano, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Especialistas em segurança no trânsito apontam diversas causas para o aumento dos acidentes, que vão de erros de pedestres, motoristas e de sinalização das vias, até o uso abusivo de álcool e do celular. “Historicamente, os acidentes de trânsito respondem por uma ocupação de 60% dos leitos de UTI e 50% das cirurgias do SUS. É um número bem alto”, alerta Alysson Coimbra, médico especialista em medicina do tráfego e diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), ouvido pela reportagem do jornal Estado de Minas.
Mais de um terço dos atropelamentos em Belo Horizonte envolvem motocicletas, ainda que o veículo represente apenas 13% dos que estão em circulação na capital mineira, conforme aponta a diretora e coordenadora de segurança no trânsito da BHTrans, Jussara Bellavinha. “É muito desigual o peso de um veículo qualquer, até moto, em relação ao pedestre”, declarou ao jornal mineiro. As estatísticas reforçam a necessidade de mais respeito no tráfego: 131 pessoas morreram em acidentes de trânsito em BH no ano passado, enquanto outras 14.364 estiveram envolvidas em ocorrências de atropelamento. Só em 2023, 22 pessoas morreram atropeladas, segundo a Sejusp.
Segundo a diretora da BHTrans, o uso do aparelho celular ao volante é outro fator que precisa ser controlado. O departamento não tem dados que associam a incidência de casos de atropelamentos ao uso do telefone, mas sinaliza o hábito como um fator significativo e de risco, que diminui a atenção.
Em Campinas (SP), alta nos óbitos de mulheres no trânsito supera 50%
O aumento do número de mortes no trânsito de Campinas (SP) foi de 54,5% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022. Os dados foram publicados em um levantamento da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) na última sexta-feira, revelando que que 70% das 17 vítimas mulheres mortas no trânsito entre janeiro e junho eram passageiras ou pedestres.
Para conscientizar a população e reduzir os índices de acidentes, especialmente aqueles envolvendo motociclistas e garupas, a Emdec lançou recentemente a campanha #Desacelera, que seguirá até o início de outubro com a distribuição de material informativo, blitz educativas, workshops e treinamentos.
Fatores de risco
Ainda segundo o estudo da Emdec, podem ser classificados até cinco fatores ou condutas de risco que provocam os acidentes. Confira:
- Excesso de velocidade: 25%
- Consumo de alcool: 21%
- Comportamento do pedestre: 11%
- Não evitou; 11%
- Infraestrutura da pista: 7%
- Desrespeito à sinalização: 7%
- Mal estar: 4%
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