Fim definitivo do aluguel de patinetes elétricos por aplicativo em Paris

Capital francesa acata referendo popular e proíbe a partir desta sexta (1º) o serviço de aluguel "self-service" de patinetes elétricos nos espaços públicos

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Fonte: Rfi  |  Autor: Márcia Bechara/ Rfi  |  Postado em: 31 de agosto de 2023

Patinetes causaram morte de 3 pessoas e 459 ferida

Patinetes causaram morte de 3 pessoas e 459 feridas em 2022

créditos: Joséphine Brueder / Prefeitura de Paris

Acabou. Os parisienses bateram o martelo num referendo popular promovido pela prefeitura de Paris no dia 2 de abril e aboliram o aluguel de patinetes elétricos em espaços públicos na capital, depois de quase seis anos de "experiência" nesse setor que os franceses chamam de "micromobilidades" dentro do perímetro urbano.

 

A proibição começa a valer a partir desta sexta-feira (1°), mas a maior parte das 15 mil unidades de três operadores (Lime, Tier e Dott) já foram retiradas da cidade.

 

"Os parisienses se exprimiram democraticamente e votaram pelo não", sublinhou nesta quinta-feira (31) David Belliard, secretário-adjunto para o transporte e mobilidades da prefeitura de Paris, durante coletiva de imprensa sobre a extinção da oferta de patinetes elétricos em autoatendimento (serviço disponível via aplicativo) nos espaços públicos da capital francesa. Ele admite que Paris, "a capital europeia mais densamente povoada do bloco", não conseguiu regular o setor, que se "aproveitou de uma brecha na legislação", há cerca de cinco anos, quando se instalou nas ruas da Cidade Luz.

 

Perigosos quando mal conduzidos, esses veículos de duas rodas - em autosserviço ou não - estiveram envolvidos em 408 acidentes em Paris em 2022, nos quais três pessoas morreram e 459 ficaram feridas, de acordo com as autoridades francesas. Os críticos acusam os patinetes elétricos de serem abandonados em qualquer lugar nos espaços públicos, de passarem em alta velocidade pelos pedestres nas calçadas, além de poluírem as cidades.

 

Decisão por referendo 

No dia 2 de abril deste ano, 89,03% dos parisienses votaram num referendo popular inédito promovido pela prefeitura de Paris contra a manutenção dos patinetes elétricos nos espaços públicos da capital.

 

Apesar do "não" ter vencido por quase 90% dos eleitores, a votação foi marcada por baixo comparecimento: apenas 103.084 pessoas, ou seja, menos de 7,5% dos eleitores registrados em Paris. A prefeita socialista, Anne Hidalgo, prometeu, no entanto, respeitar o resultado da votação, e ela mesma chegou a fazer campanha pelo "não", enfatizando que a remoção deste tipo de patinetes reduziria o "incômodo" nas calçadas e passeios da cidade. 

 

Proibição em outros países

Paris não é a primeira capital europeia a rever o uso de patinetes elétricos em seu perímetro urbano. Em 2020, Copenhague, na Dinamarca, decidiu restringir sua utilização na região central da capital escandinava. Em 2018, Barcelona também proibiu a expansão desse tipo de serviço, assim como a capital espanhola, Madri. Mas Paris segue sendo "o maior mercado" e a "maior vitrine" mundial para esse tipo de serviço, segundo informações da prefeitura da capital francesa.

 

Em novembro de 2020, Cingapura proibiu o uso dos patinetes elétricos nas calçadas, e em Montreal (Quebec, Canadá), o serviço não está mais disponível depois que um período de teste falhou, devido à falta de respeito e à incivilidade dos usuários. A mesma coisa em grandes centros como Nova York e São Francisco, nos Estados Unidos.

 

Leia aqui a matéria da RFI na íntegra

 

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