No dia 10 de agosto, na Cidade Universitária da USP, será lançado o projeto de uma estação de abastecimento de hidrogênio renovável a partir do etanol. A planta-piloto, a "primeira no mundo", conforme a nota divulgada, é um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação da Shell Brasil, em parceria com a Raízen, Hytron, Senai Cetiqt, a USP via Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e a Toyota.
A cerimônia de anúncio terá a presença do reitor da USP, pesquisadores da universidade, executivos das empresas participantes do projeto e autoridades do governo de São Paulo. Além do descerramento da placa, haverá demonstrações de ônibus e carro movidos a hidrogênio dentro do campus.
Atualmente, o hidrogênio tem uso predominante na indústria química e é produzido em unidades industriais próximas a refinarias a partir do gás natural. No futuro, existe a expectativa que o H2 produzido a partir da água ou de um combustível possa gerar energia elétrica renovável, com o processo de quebra das moléculas e obtenção do hidrogênio feito com energia elétrica solar ou eólica. Esse processo terá um papel importante para a descarbonização de vários setores industriais e de transporte pesado. Porém, o transporte do hidrogênio ainda é complexo, porque exige a compressão ou liquefação para armazenamento em cilindros ou em carretas, o que encarece a logística.
Produção local
Nesse cenário, a produção do hidrogênio via conversão do etanol representa um avanço na disponibilidade de combustíveis renováveis por meio de uma nova rota tecnológica para a expansão de soluções sustentáveis. “Esta iniciativa é pioneira na produção de hidrogênio renovável, em grande escala, a partir do etanol” sintetiza Julio Romano Meneghini, diretor-executivo e científico do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído com apoio da Fapesp e da Shell e sede na Escola Politécnica da USP.
“A produção local, descentralizada e de baixo investimento de hidrogênio renovável por meio da reforma do etanol é uma alternativa interessante para setores como o de transporte pesado, que tem uma perspectiva de crescimento expressiva na utilização dessa solução, cuja disponibilidade e escalabilidade são essenciais. Além de transporte pesado, neste momento, estamos buscando por parceiros que possuem interesse em aplicar esta tecnologia para a descarbonização de outros setores”, declarou Mateus Lopes, diretor de Transição Energética e Investimentos da Raízen, em entrevista à Fapesp. A empresa será, ao lado da Shell, a responsável pela liderança do desenvolvimento do mercado de H2 a partir de etanol.
E agora, que tal apoiar o Mobilize Brasil?
Acesse a plataforma Abrace uma Causa e contribua!
Leia também:
Bicicletas compartilhadas começam a voltar a Curitiba
Nova ciclovia no centro de BH está praticamente pronta
32 km/h não é demais para uma bicicleta na cidade?
"Carro voador" será fabricado pela Embraer no interior de SP
Elétricos, a hidrogênio, com lítio, ou com biocombustíveis?