Bordeaux aposta na mobilidade e é eleita cidade mais 'verde' da França

Pesquisa do Le Parisien avaliou 450 cidades francesas quanto a transportes, emissão de poluentes e outros pontos. Com alta no número de ciclistas, Bordeaux sai à frente

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Fonte: Projeto Colabora  |  Autor: Clarice Spitz/ Projeto Colabora  |  Postado em: 21 de julho de 2023

A pequena cidade francesa ampliou sua rede de cicl

A pequena cidade francesa ampliou sua rede de ciclovias

créditos: Cidade de Bordeaux/ Divulgação

Vitrine internacional do vinho francês, a cidade portuária de Bordeaux acaba de colher outro fruto de prestígio: foi eleita a cidade da França onde se vive de maneira mais sustentável.

 

O levantamento foi feito pelo jornal Le Parisien em cerca de 450 cidades francesas com mais de 20 mil habitantes, e foram adotados na avaliação critérios como habitação, transportes e emissão de gases de efeito estufa. Destes, foram os avanços em mobilidade o que mais contou para que a cidade com a população equivalente à de Macaé, no norte fluminense, ganhasse o título de mais verde da França.


Transporte por VLT e incentivo à bicicleta: critérios considerados para o 1º lugar de Bordeaux. Foto: Cidade de Bordeaux

 

Nos últimos dois anos, a cidade ampliou a rede de ciclovias e viu o número de ciclistas acelerar. Crianças recebem aulas de educação no trânsito e os habitantes têm um sistema de empréstimo de bicicletas, além de uma oferta considerável de transporte coletivo limpo. O engajamento em torno de um estilo de vida mais ecológico parte de moradores, assim como de empresários e do poder público. 

 

Bordeaux viu o número de ciclistas avançar 20%, enquanto que a circulação de carros caiu 4% nos últimos dois anos. Hoje é a segunda cidade com maior número de ciclistas da França (atrás de Paris) e a 12ª no mundo. A rede de ciclovias na Grande Bordeaux chega a 1.400 km.

 

Mas engana-se quem imagina que o ciclista está livre de obstáculos na cidade. A professora de ginástica Myriam Bée, que trocou o carro pela bicicleta elétrica, reclama dos buracos e das tampas de esgoto das quais tem de desviar no caminho para o trabalho. "As pistas ainda não foram inteiramente desenvolvidas para quem anda de bicicleta (...) E a cidade também precisa de mais árvores", reivindica. Ela leva a filha Anaïs, de 11 anos, na garupa da sua bike até a escola que a menina frequenta, e onde tem aulas de educação no trânsito para ciclistas.  

 

BlueCub, serviço de compartilhamento de carros elétricos de Bordeaux. Foto: Visite Bordeaux

  

Transporte não poluente

Com transporte coletivo majoritariamente limpo, Bordeaux tem ainda uma rede de quatro linhas de bonde elétrico. Atualmente, 80% da frota de ônibus funciona à eletricidade e a gás e a previsão é de que, nos próximos dois anos, o restante deixe completamente o diesel.

 

Para estimular a circulação por veículos menos poluentes, a prefeitura reduziu a velocidade em 89% das vias da cidade para 30 km/h, universalizou o estacionamento pago para carros e começou obras para ampliar calçadas e parkings para duas rodas. Além disso, desde 2014 mantém um serviço de compartilhamento de carros elétricos, o BlueCub.

 

"Bordeaux se construiu em torno do carro e estamos mudando essa lógica, tentando dividir de forma mais justa o espaço entre ciclistas, pedestres e motoristas", defende o adjunto do prefeito para Natureza e Cidades Pacificadas, Didier Jeanjean.

 

A prefeitura publicou ainda um plano de Transição Ecológica e Social, que relaciona as suas ações aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nele, diz contribuir, em especial, para o uso de energias renováveis e para a luta contra às mudanças climáticas.

 

Cidade sustentável

Segundo o levantamento do Le Parisien, Bordeaux é também a cidade francesa com menor emissão de gases de efeito estufa. Na lista de qualidades urbanas feita pelo jornal, estão citados, entre outros, os novos bairros ecológicos, organizados segundo o conceito de desenvolvimento sustentável - que inclui transporte coletivo, triagem de lixo, tratamento da água da chuva e construções que seguem normas para limitar as emissões.

 

*Para ler a reportagem na íntegra, clique aqui.

 

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