A malha de ciclovias e ciclofaixas nas capitais brasileiras cresceu 4% no último ano, passando de 4.196 km em 2022 para 4.365 km em 2023. Esse percentual representa acréscimo de 169 km no período. Se formos considerar os benefícios que a mobilidade ativa pode trazer para a qualidade de vida, a redução da poluição e a economia de tempo e dinheiro das cidades, principalmente nos grandes centros urbanos, revela o estudo, o ritmo de crescimento fica muito aquém das necessidades do país.
Essa é a avaliação de um monitoramento feito pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), que ouviu todas as prefeituras das capitais brasileiras (por meio da Lei de Acesso à Informação - LAI). O período considerado pelo levantamento foi de junho de 2022 a junho de 2023.
Vale dizer que os dados contemplam apenas as estruturas segregadas e exclusivas para a circulação de bicicletas, observa a Aliança Bike. Desse mdo, ciclorrotas e outras estruturas compartilhadas com veículos motorizados não fazem parte dos 4.365 km totais considerados – apenas as ciclovias e as ciclofaixas estão incluídas no monitoramento.
Todas as prefeituras das 26 capitais estaduais, além do Distrito Federal, foram ouvidas na pesquisa. Dentre as cidades que mais cresceram em quilômetros implantados, a que mais evoluiu em números percentuais foi Palmas (TO), com 39,8% de acréscimo. Em seguida estão Maceió (AL), com aumento de 27%, e Brasília (DF) com mais 20,8%.
População residente
Outra abordagem do levantamento fez a comparação entre o volume de ciclovias/ciclofaixas e a população residente. Nesse caso, o principal destaque ficou com Florianópolis (SC), que tem 22,96 km a cada 100 mil habitantes. Na sequência, aparecem Brasília, com 21,79 km a cada 100 mil habitantes; e Palmas, com 20,48 km a cada 100 mil habitantes.
Neste comparativo com o número da população, São Paulo (SP) aparece na 19ª posição – mesmo tendo a maior malha cicloviária segregada, com 689,1 km.
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Floripa: maior malha em relação à população (22,96 km/100 mil hab.). Foto: Divulgação/Prefeitura
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Sampa: 689 km de ciclovias e em 19º lugar, na relação com sua população. Foto: José Cordeiro/SPTuris
Série histórica
Este é o segundo ano consecutivo em que a Aliança Bike realiza o levantamento das ciclovias e ciclofaixas das capitais brasileiras. O objetivo é construir uma série histórica, que funcione como uma base de dados para o acompanhamento da evolução da infraestrutura cicloviária brasileira. O monitoramento não analisa a qualidade das infraestruturas e não pode ser considerado sinônimo de toda a malha cicloviária do país, pois foram consideradas apenas as capitais.
Confira a seguir os resultados deste levantamento:
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