Teoricamente, a cidade de São Paulo tem agora 722 km de infraestrutura para bicicletas. A quilometragem foi anunciada na semana passada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET/SP), com a entrega de novos 23 km de vias cicláveis.
Conforme a nota divulgada pela gestão municipal, há ainda 148 km de obras em andamento, relativas a concorrências da Secretaria Municipal de Transportes e também à parceria público privada da habitação. O mesmo texto aponta que "em breve será lançada concorrência para a construção de mais 260 km de estruturas, já discutidas com a sociedade por meio de audiências públicas, entre outros instrumentos."
Com esses números (722+148), a cidade estaria perto de 870 km de vias cicláveis e poderá chegar a 1.130 km. O Plano de Metas 2021-2024 traz descrito em seu objetivo nº 43 a expansão da malha cicloviária paulistana em 300 km para completar 1.000 km de extensão. Conforme a CET/SP, "a projeção [de expansão] da malha cicloviária já alcança os 1.400 km e até 2028, a previsão é que a cidade atinja 1.800 km de vias com tratamento para bicicletas".
Os números, porém, ainda estão longe do total de 17 mil km de ruas e avenidas oficialmente declaradas pela prefeitura paulistana, e mais ainda dos 20 mil km aferidos em um levantamento realizado em 2019 pela própria gestão municipal com base em imagens de satélites.
Pior ainda: segundo o "Jornal Bicicleta", aparentemente a Prefeitura está contando em dobro a extensão das vias, pelo menos no trecho de uma avenida - a Jaguaré - na zona oeste da cidade. Ali, a obra realizada em regime de PPP com a construtora Habitem, mede 800 metros, mas a gestão municipal considerou as duas pistas (ida e volta), computando 1.514 metros.
Publicação da Prefeitura de São Paulo no twitter Crédito: reprodução
Manutenção em atraso
Outro aspecto, observado pelos usuários das ciclovias paulistanas, é o estado de abandono de boa parte das ciclovias e ciclofaixas implantadas em anos anteriores, muitas com a sinalização desgatada, buracos no pavimento, ou lixo e entulhos acumulados. Neste mês (junho) a Prefeitura anunciou a contratação de uma empresa para realizar a manutenção das vias, mas a data de início dos trabalhos não foi divulgada.
Outro ponto é a dificuldade da CET/SP em fiscalizar a cidade e evitar que o trânsito invada as ciclovias como estacionamento ou mesmo como uma "faixa adicional" de circulação. Assim, dos 722 km, uma parte significativa - cerca de 20% - não está em condições de uso seguro.
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