A Justiça da Alemanha condenou nesta terça-feira (27) o ex-CEO da montadora Audi, Rupert Stadler, por fraudar sistemas de controle de emissão de poluentes de veículos comercializados no país. A condenação é o resultado mais recente do escândalo do "Dieselgate", de 2015, quando reguladores nos Estados Unidos e na Europa descobriram um esquema que envolvia o grupo Volkswagen, do qual a Audi faz parte, para driblar os limites de poluentes de carros a diesel nos dois mercados.
Stadler foi condenado a um ano e nove meses de prisão e a pagar uma multa de 1,1 milhão de euros. De acordo com a Associated Press, a sentença é resultado de um acordo entre os advogados do ex-executivo, os promotores e o juiz do caso; em troca, Stadler assumiu publicamente sua responsabilidade sobre a fraude. O tribunal regional de Munique, que julgou o caso, também condenou Wolfgang Hatz, ex-chefe de desenvolvimento de motores, e outro executivo da Audi, identificado apenas como Giovanni P. por motivos de privacidade.
Rupert Stadler (Audi), que confessou saber sobre motores manipulados. Foto: All for Good
Este foi o primeiro julgamento criminal concluído na Alemanha em conexão com o Dieselgate. Desde a descoberta da fraude, há oito anos, o grupo Volkswagen foi condenado a multas bilionárias em diversos países, o que manchou a reputação da empresa em todo o mundo.
Outra decisão judicial relativa ao Dieselgate nesta semana veio do mais alto tribunal federal da Alemanha, que concluiu que as montadoras envolvidas no escândalo, como Volks e Mercedes-Benz, devem pagar indenização aos consumidores lesados, o que pode custar mais alguns milhões de euros às empresas. De acordo com a corte, as montadoras podem ser forçadas a pagar entre 5% e 15% do preço de compra dos veículos aos proprietários.
O caso é resultado de uma ação coletiva movida por consumidores, e espera-se que a decisão desta semana abra um precedente para outras ações do tipo não apenas na Alemanha, mas em outros países europeus e até mesmo fora do continente. *Fonte: Reuters
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