Cegos em Curitiba protestam por calçadas e transporte público acessíveis

Instituto Paranaense de Cegos promoveu hoje (16) um ato público para reivindicar dos governantes condições melhores nas ruas para cidadãos cegos ou com baixa visão

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 16 de junho de 2023

Manifestação em Curitiba pede por ruas e calçadas

Manifestação em Curitiba pede por ruas e calçadas acessíveis

créditos: IPC/ Reprodução (vídeo)

Na manhã desta sexta-feira (16), um protesto de pessoas com deficiência visual ocupou os dois lados da esquina diante do Instituto Paranaense de Cegos (IPC), no bairro Batel, em Curitiba. A ideia da manifestação foi denunciar a má qualidade de muitas calçadas da cidade e pedir ao poder público que fiscalize e realize obras para melhorar a infraestrutura e dar mais acessibilidade nas vias. 

 

Durante uma hora, alunos e funcionários do IPC vestidos de preto ergueram faixas, cartazes e realizaram um 'apitaço' para os carros que passavam no local. Eles denunciaram ali os problemas que afetam a qualidade de vida e a independência das pessoas com baixa visão ou que perderam totalmente sua capacidade visual.

 

"A ideia da manifestação partiu de um grupo que frequenta o IPC. Trocando histórias e experiências, duas questões fundamentais se sobressaíram: a condição das calçadas e as dificuldades no transporte público", afirmou Enio Rodrigues da Rosa, que é cego e dirige o IPC.

 

Segundo Rosa, andar pelas ruas da capital tornou-se um desafio diário para os cidadãos cegos ou com baixa visão. Na sua avaliação, bastaria que o poder público fizesse a lição de casa, ou seja, retirasse os obstáculos do caminho, trabalhasse mais pela zeladoria e promovesse campanhas de conscientização para melhorar as condições de acessibilidade nas vias. 

 

Elea conta que, mesmo morando em uma região central, se depara todo dia com "lixo nas ruas, tapumes que ocupam as calçadas e buracos deixados pelas obras públicas". 

 

Transporte coletivo

Os cegos, ao se deslocar por Curitiba e pela região metropolitana, sofrem também com o serviço do transporte público. Segundo eles, faltam itens como avisos sonoros que indiquem qual linha se aproxima do ponto de ônibus e, dentro dos coletivos, informem sobre as paradas, de modo que os que não enxergam possam se orientar sem ajuda alheia.    

 

A conservação das calçadas é responsabilidade do poder público, orienta a lei brasileira da inclusão, mas uma lei municipal transfere a obrigação para o proprietário dos imóveis adjacentes, diz o diretor-presidente do IPC: "Aí vira um jogo de empurra", conclui.

 

Na busca por solucionar estes e outros problemas, o IPC já se reuniu este mês com a Urbs (Urbanização de Curitiba) e a Amep (Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná), que são as responsáveis pelo transporte público na capital e região metropolitana, respectivamente. 

 

Para assistir o vídeo da manifestação desta sexta-feira, acesse o Facebook do IPC

 

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