Dez propostas para regular bikes e patinetes compartilhadas nos EUA

Empresas de micromobilidade compartilhada lançam recomendações para a saúde de futuros sistemas, com e sem estações, sem atrapalhar a circulação nas calçadas

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Fonte: Smart Cities Dive  |  Autor: Michael Brady / Smart Cities Dive  |  Postado em: 22 de maio de 2023

Bicicleta da Lime, uma das empresas que assina a p

Bicicleta da Lime, uma das empresas que assina a proposta

créditos: Divulgação Lime


Três operadoras de bicicletas e patinetes compartilhados  dos Estados Unidos - Bird, Lime, Spin e Superpedestrian  -  divulgaram na semana passada um documento com dez recomendações para a  integraçãp dos sistemas de micromobilidade aos sistemas de transporte de massa.


A orientação pode “ajudar as cidades a lidar com pontos de atrito que dificultaram os programas no passado”, diz o comunicado. As empresas compartilharão suas recomendações hoje na conferência da National Association of City Transportation Officials (Nacto),  em Denver.


Em uma declaração conjunta, os três principais executivos das empresas disseram que a “estrutura proposta tem o potencial de melhorar significativamente a experiência de passageiros e não passageiros, permitindo que as cidades gerenciem melhor esses serviços a longo prazo”.


Os governos locais têm lutado para integrar a micromobilidade compartilhada em suas redes de transporte, especialmente e-bikes e patinetes sem estações, porque enfrentam os problemas de ocupação indevida das calçadas e outros desafios logísticos e de segurança para pedestres e outras pessoas que circulam nas vias. Vale lembrar que muitas cidades dos EUA, como Atlanta, Detroit e St. Louis, restringiram ou até proibiram os patinetes elétricos compartilhados em função da "desordem urbana" que esses pequenos veículos provocavam.


Em função dessas dificuldades iniciais, muitas as operadoras de micromobilidade compartilhada, incluindo a Bird, acabaram saindo do mercado rapidamente, sem aviso prévio, para salvar suas finanças, deixando usuários e autoridades sem alternativas para preencher o vazio deixado. Além disso, dificuldades econômicas, incluindo temores de recessão e falta de capital de risco disponível, também contribuíram para os problemas financeiros das operadoras.

 

 

Tentativa de organizar bikes na cidade de Seattle, EUA Cortesia da SDOT/Seattle

 


Para evitar esses e futuros problemas, as operadoras listaram as dez recomendações:

 

1. Limitar o número de operadoras de micromobilidade com base no tamanho do mercado, incluindo duas operadoras para 1.000 a 2.000 veículos, e três operadoras para mais de 2.000 unidades.

 

2. Limitar o tamanho inicial da frota a um veículo por 500 usuários poteciais.

 

3. Definir e adotar termos mínimos de contrato para incentivar investimentos de longo prazo, além da adoção de programas-piloto.

 

4. Definir taxas padronizadas por viagem antes da seleção do fornecedor, de forma a garantir a viabilidade financeira das operadoras e permitir que a receita da cidade com a micromobilidade cresça com o aumento do uso.

 

5. Seguir os requisitos padronizados de compartilhamento e proteção de dados dos usuários. Como exemplo, o documento cita o General Bikeshare Feed Specification.


6. Criar processos de seleção de operadores que atendam às necessidades de longo prazo e incluam critérios e regulamentos baseados em desempenho, em vez de tecnologias ou práticas operacionais específicas.

 

7. Permitir que as pessoas usem os sistemas com restrições mínimas sobre locais e períodos de uso.

 

8. Definir o padrão de estacionamento dos veículos com base na população e atividade local, na infraestrutura existente e no volume de tráfego de pedestres, para permitir uma combinação de estacionamento com ou sem estações que atenda às necessidades locais, sem provocar dificuldades aos pedestres.

 

9. Limitar as velocidades máximas dos veículos a 15 mph, cerca de 25 km/h.

 

10. Incentivar, mas não exigir o uso de capacete.


As proposições foram discutidas por autoridades de transporte e tráfego presentes à conferência, mas o entendimento geral foi de que ainda é necessário entender como as ideias funcionariam na vida real, em cada cidade e região, além de suas implicações para a criação de sistemas de bikes e patinetes compartilhados que sejam sustentáveis e equitativos, de forma a atender a todas as faixas da população.

 

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