Três desafios precisam ser superados, a curto prazo, pelas empresas que operam sistemas de transportes coletivos por ônibus nas cidades brasileiras: 1. Recuperar os passageiros que optaram por outros modos; 2. Não perder mais passageiros; 3. Atrair novos usuários para o sistema de transporte coletivo.
Os três pontos foram destacados no relatório "Transporte público por ônibus: Impactos da pandemia de Covid-19" divulgado hoje (11) pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) e que mostra o desempenho do setor a partir da chegada da pandemia de Covid 19, no início de 2020, até fevereiro de 2023. Na prática, os "três desafios" se resumem a atrair e reter passageiros, operação que passa pela melhoria na qualidade dos serviços e pela readequação das tarifas à renda dos usuários.
No entanto, o maior problema apontado pelo relatório refere-se às perdas financeiras geradas pela pandemia, estimadas pela NTU em 36 bilhões de reais.
O documento também destaca o crescimento do número de cidades (138) que adotaram subsídios para o transporte público, com "tarifa zero" em 74 dessas localidades. Veja gráfico:
Gráfico mostra a presença da tarifa zero em 74 cidades do país Fonte: Relatório da NTU
Além disso, doze capitais e regiões metropolitanas e outras 26 cidades do país adotaram a diferenciação entre a tarifa de remuneração (paga pelas prefeituras pela prestação do serviço) e a tarifa pública, que é o valor pago pelos passageiros.
Essa separação de tarifas já está prevista na Lei Federal 12.587/2012 e foi também incluída nas duas propostas de criação de um novo marco legal para o transporte público no Brasil. Uma delas, o Projeto de Lei 3278/2021, tramita no Senado Federal e torna obrigatória a separação das tarifas. A outra proposta foi elaborada pela Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, órgão do antigo Ministério do Desenvolvimento Regional, atual Ministério das Cidades, e ainda não foi apresentada ao Congresso Nacional.
Para saber mais, acesse o Relatório da NTU
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