Campinas, localizada a 97 km da capital paulista, está adotando uma solução tecnológica que deve permitir baixar o custo do combustível da frota do transporte público e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de poluentes dos veículos no ambiente urbano.
A alternativa sustentável passa pela transformação veicular dos motores diesel dos ônibus, que gradativamente deverão ser substituídos por novos motores 100% a gás.
O primeiro ônibus movido a gás natural (GNV) da cidade já está prestando serviços aos usuários, em linhas do distrito de Campo Grande, a 15 km do centro. E a expectativa é que outros veículos venham a ser incorporados gradativamente. A solução foi apresentada pela distribuidora de gás natural Comgás, e a Tupy MWM realizou a transformação do motor nesse veículo que dá início a essa mudança.
O primeiro ônibus entregue com motor novo, e todo o sistema de gás instalado, mantém a mesma potência e torque, garantem os empresários da Itajaí Transportes Coletivos, empresa que opera os ônibus da cidade.
Solução sustentável
O presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), que gerencia o trânsito e o transporte, Vinicius Riverete, diz acreditar que “o gás natural é uma solução sustentável para a mobilidade urbana, do ponto de vista ambiental, econômico e social, já que reduz a emissão de poluentes e a poluição sonora, além de apresentar menor custo operacional.”
Para a área técnica da Comgás, a troca de motores diesel para motores a GNV pode reduzir em até 25% a emissão de dióxido de carbono (CO²), gás que provoca o efeito estufa. Também a geração de material particulado fica próxima de zero, "chegando a uma redução acima de 90% na emissão de poluentes locais e contribuindo para a melhora da qualidade do ar na cidade", sustenta a empresa.
Outra vantagem recai sobre o custo operacional se comparados os dois tipos de motor. Segundo Guilherme Santana Freitas, head de GNV da Comgás, o gás natural oferece "redução de até 30% no custo por quilômetro rodado em relação ao diesel, se o veículo for abastecido dentro da garagem". Ele destaca também facilidades na manutenção, ao dizer que 85% dos componentes são similares aos usados nos motores convencionais. Outras vantagens seriam: possibilidade de abastecimento rápido e ruído 20% menor do que a motorização a diesel, garante o executivo.
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