Como justificar o investimento de quase R$ 300 milhões em um túnel que não estava previsto no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano ou no Plano de Mobilidade da capital baiana? Pior ainda é que a demanda estimada de usuários não passa de 3 mil por dia, enquanto o Plano Inclinado Gonçalves, localizado a poucos metros da futura obra, tem capacidade de atender a 10 mil passageiros por dia. Para quê, para quem, construir a nova passagem subterrânea?, questiona um extenso artigo publicado hoje (4) pelo Observatório Mobilidade Salvador.
A passagem de pedestres foi projetada para ligar dois pontos do Centro de Salvador e facilitar o acesso das pessoas à estação Campo da Pólvora do metrô. Prevê um túnel de 600 metros de comprimento dotado de esteiras rolantes e elevador para vencer o desnpivel entre as partes alta e baixa da cidade. O objetivo, conforme o edital do pregão eletrônico que elegeu a construtora, seria "dinamizar" a região da Baixa dos Sapateiros, Pelourinho e Comércio.
Mas, conforme o ObMob Salvador, os acessos entre essas áreas poderia ser facilitado com a construção de um túnel de menor porte, que poderia ser conectado aos elevadores e planos inclinados centenários de Salvador. Além disso, a obra a desapropriação de vários imóveis na área central, ocupados por residências e pequenos comércios mantidos por pessoas de baixa renda, negros na maioria, em uma ação deliberada para afastar essa população da área central.
Proposta apresentada à Prefeitura em 2019 pelo arquiteto Paulo Ormindo
Leia o longo e detalhado artigo na página do ObMob Salvador, no link https://www.obmobsalvador.org/post/por-dentro-do-tunel
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