Ciclovia incompleta em BH expõe ciclistas a alto risco

Obra da Via 710 na capital mineira previa ciclovia em toda extensão de 4,7 km. Entregue há pouco, ficou com trecho sem a estrutura e outros com falhas graves. Veja vídeo

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Regina Rocha/ Mobilize  |  Postado em: 05 de abril de 2023

Trecho sem ciclovia entre Av. Santa Inês e acesso

Trecho sem ciclovia entre Av. Santa Inês e acesso ao metrô

créditos: Reprodução de vídeo (Cristiano Scarpelli)

Projetada há mais de 40 anos com o objetivo de ligar as regiões leste e nordeste de Belo Horizonte, além de desafogar o trânsito na região central, a Via 710 atravessa oito bairros da cidade. A obra só foi viabilizada em 2014, quando o Brasil foi escolhido para sede da Copa do Mundo. À época, sua implantação exigiu a remoção de dezenas de milhares de famílias, o que provocou grande impacto social. 

 

É o que conta o ciclista e leitor do Mobilize, Cristiano Scarpelli*, que acompanhou todo o processo e até fez um vídeo (veja ao final da matéria) denunciando os problemas, em especial o da ciclovia prometida, que ficou incompleta ou com falhas construtivas. O trecho previsto em projeto e não construído, entre a avenida Santa Inês e o pontilhão do metrô, tem cerca de 500 metros, é muito utilizado, explica o ciclista, e bem perigoso. 

 

Entregue em fevereiro, a Via 710 serve predominantemente como rota de passagem para os carros. E, mesmo pronta, segue causando problemas à população. Ciclistas e pedestres que trafegam por lá relatam falta de segurança, potencializada pela velocidade dos carros que, sem fiscalização efetiva, muitas vezes ultrapassam o limite permitido. 

 

"O trecho que ficou sem ciclovia é bastante perigoso, e os carros ali estão andando a mais de 60 km/h. Nessa velocidade, o manual do Contran é claro ao exigir a construção de ciclovia", alerta o ciclista. 

 

Embora placas de 40 km/h tenham sido colocadas em alguns locais, Scarpelli analisa que "o próprio desenho da Via 710 permite aos carros atingirem altíssimas velocidades". E cita obras recentes, feitas em trechos de curva, que até retiraram espaço da ciclovia para facilitar o raio de giro dos veículos, o que induz os motoristas a pisarem mais fundo.

 

Pedestres e ciclistas

Segundo Scarpelli, desde a inauguração da via percebe-se o aumento no número de ciclistas no local, inclusive pelo trecho não construído da ciclovia. Também em relação aos que circulam a pé, "o movimento é intenso, principalmente próximo às estações de metrô e áreas escolares; já em outras partes, nem tanto, pois não são locais muito convidativos", observa.    

 

Mas poderiam ser, acrescenta, porque nas proximidades há pontos de interesse como o Museu de História Natural, o Minas Shopping e o Shopping Center Minas; e existe ainda a promessa de se construir um complexo esportivo no trecho da avenida dos Andradas, diz ele.

 

 

Cristiano Scarpelli ia ao trabalho pela Via 710; hoje utiliza mais para passeios. Foto: Bruna Caldeira 

 

Sinalização

Menos de 10% da Via 710 recebeu sinalização para bicicleta; e todo o resto continua sem tratamentos para acesso dos ciclistas, explica Scarpelli. "Já em relação aos pedestres, há travessias perigosas sem semáforo, e outras que obrigam as pessoas a darem voltas enormes para mudar de lado da via", completa.

 

Sobre os inúmeros problemas que restaram dessa obra, outro ciclista de BH, Vinícius Mundim, elaborou um mapa colaborativo, no qual pontua as falhas encontradas. Para ver, clique no mapa: 

 


Prefeitura não dá certezas

Segundo Scarpelli, até o momento o poder público não tem dado respostas concretas sobre as reivindicações: "No que tange à falta de ciclovia, a BHTrans se comprometeu a tomar providências, mas ainda não esclareceu o que poderá ser feito. Já a responsável pela obra, a Sudecap [Superintendência de Desenvolvimento da Capital], não se manifestou a respeito."

 

Por isso, além de divulgar o problema à população, os ciclistas têm atuado com o grupo de diálogo da BHTrans, o GTPedala, além de buscar apoio de vereadores e, a persistirem as evasivas do poder público, diz Scarpelli, cogitam entrar com uma ação no Ministério Público. 

 

O vídeo abaixo, diz o ciclista, traz um bom resumo dessa história:

 

 


*Cristiano Scarpelli, em suas palavras, é alguém que vendeu o carro há alguns anos, se locomove predominantemente por bicicleta ou a pé e tem o canal "Ciclo Rota BH" no Youtube, no qual faz vídeos diversos sobre bicicleta e mobilidade. 

 

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Comentários

Aulete - 19 de Setembro de 2023 às 05:18 Positivo 0 Negativo 0

E o pior é o Bradil atual de 2023. PT. Breguice política. Não falta só ciclovia. O LÚlaCIFER do Brasil em 2023 adora avião e tudo quanto é calor dos infernos. Nivela a educação, a cultura e a """"arte"""" por baixo, também. A dita Indústria Cultural,

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