Obras do VLT do Subúrbio, em Salvador, estão paradas

Com trens desativados há dois anos já, população que antes pagava R$ 0,50 gasta hoje R$ 4,90 com ônibus. Consórcio alega que cronograma está sendo rediscutido com governo

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Fonte: G1  |  Autor: G1  |  Postado em: 16 de março de 2023

Dois anos sem o trem do Subúrbio e com obras do VL

Dois anos sem o trem do Subúrbio e com obras do VLT paradas

créditos: João Souza/G1 BA

A desativação dos trens do subúrbio de Salvador completou dois anos em fevereiro, com as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), sistema que deve ficar no lugar dos trens, paradas. O consórcio chinês responsável pelo projeto diz que o cronograma está sendo rediscutido com o governo do estado.

 

Enquanto isso, moradores da região, que gastavam R$ 0,50 pelo serviço nos trens, sentem falta de uma alternativa mais barata de transporte público, já que a passagem do ônibus custa R$ 4,90, um custo que representa 880% a mais em cada passagem no bolso do consumidor.

 

O serralheiro Marcos Silva, por exemplo, usava o trem todos os dias para trabalhar. Com a retirada do serviço, passou a usar ônibus ou vans do transporte clandestino.

 

Antes da parada, a operação, que acontecia há 160 anos, transportava cerca de seis mil pessoas por dia. Os trens ligavam o Subúrbio Ferroviário pela orla da Baía de Todos-os-Santos, em 10 estações, da Calçada a Paripe.

 

Reflexos na região

"Sem esse trem, caiu o movimento e as vendas ficaram muito fracas", contou o pescador Valdemir Santos, que trabalha na região.

 

A queda nas vendas de pescado no Porto das Sardinhas, no bairro São João do Cabrito, também foi ressaltada pelo líder comunitário Joceval Tibúrcio: "Essa conexão entre o peixe barato e a tarifa acessível do trem era o que permitia que as pessoas de baixa renda trabalhassem e levassem o sustento para casa", explicou.

 

 Barcos de pesca ancorados próximo às margens dos trilhos: queda nas vendas. Foto: João Souza/G1 BA

 

Os trens saíram de cena em fevereiro de 2021, depois de 160 anos de operação para dar lugar às obras do VLT. A concessionária chinesa Skyrail é responsável pela obra por meio de uma parceria público-privada com o governo da Bahia.

 

A primeira fase do projeto prevê a construção de 21 estações em 19 km entre o Comércio, a Calçada, passando pelo subúrbio até a Ilha de São João, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.

 

A segunda fase vai expandir o projeto até a Estação Acesso Norte do metrô de Salvador, com mais cinco estações em pouco mais de quatro quilômetros.

 

Imagens aéreas gravadas em fevereiro de 2022 mostram que, na época, as obras estavam no que será o pátio de manutenção dos veículos na antiga Estação da Calçada. A área estava terraplanada e prédios estavam em construção.

 

No entanto, imagens feitas na semana passada, mostram que pouco coisa mudou no local. As obras do VLT estão paradas e o valor total do projeto foi atualizado.

 

Obras paradas do VLT, enquanto o consórcio Skyrail rediscute o cronograma. Foto: Reprodução/TV Bahia

 

Segundo o consórcio, o valor do contrato agora é de R$ 5,2 bilhões. Em nota, a Skyrail informou que o edital inicial correspondente à fase um previa investimento de R$ 1,5 bilhão. Com a inclusão da fase dois, o investimento passou para R$ 2,5 bilhões. O valor atual inclui custos de implantação e operacionais.

 

A empresa informou ainda que o cronograma está sendo rediscutido com o governo para que as obras sejam retomadas.

 

Apresentação do 1º trem do VLT, em transmissão on-line ao governador Rui Costa (PT) dia 8 de março. Foto: Skyrail 

 

O morador Sílvio Santos é dono de um estabelecimento comercial às margens dos trilhos do trem. Ele contou que foi comunicado pela empresa, que deveria deixar o local, mas que seria indenizado: "Pediram documentação e conta bancária. Tiraram fotos, está tudo assinado, mas não falaram sobre valores", afirmou.

 

A produção da TV Bahia, que realizou esta reportagem, pediu esclarecimentos sobre as desapropriações para o governo do estado, mas não recebeu respostas até a última atualização do programa.

 

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Comentários

Antonio Jorge - 08 de Abril de 2023 às 10:01 Positivo 2 Negativo 0

Enquanto isso a população do subúrbios sofre nós horários de pico com ônibus superlotados e alguns nem param nos oi toa por já descerem de paripe já lotados, a população estar de olho e sofrendo

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