A cidade portuária de Mostaganem é a sétima da Argélia a receber um sistema de tramway (VLT). A previsão inicial era de inauguração em 2019, mas atrasos nas obras e a pandemia de Covid-19 retardaram a circulação das composições, que somente começaram a funcionar no final de janeiro de 2023. A inauguração oficial está marcada para março próximo, conforme informações da Metro d'Alger.
A nova linha tem 14 km de extensão entre Karouba (campus universitário, ao norte) e La Salamandre, um balneário na parte sul, onde está a "cidade administrativa". No total, são 24 paradas além do terminal garagem. A parte norte da linha circula em faixa segregada - como uma ferrovia. Integra-se ao sistema viário no centro da cidade, com trilhos nas vias, e desce para uma trincheira abaixo do solo na parte final do trajeto.
veículos foram fabricados pela JV Cital (51% de capitais argelinos e 49% de capitais da Alstom Argélia). As composições têm seis carros, são alimentadas por redes elétricas aéreas, e têm capacidade para transportar cerca de 300 passageiros sentados. Espera-se um movimento de até 20 mil passageiros por dia.
Renascimento dos bondes
A cidade de Argel contava com uma rede de antigos trams (bondes) até 1959, quando todas as linhas foram desativadas. Esses bondes, aliás, são lembrados pelo escritor Albert Camus em seu livro póstumo "O primeiro homem", um romance autobiográfico publicado em 1994. Camus lembra o caminho até a escola e a preferência por viajar em pé, logo atrás da cabine do condutor, vendo todas as manobras do funcionário.
Somente em 2004 o governo da Argélia retomou estudos para a retomada do transporte coletivo elétricos no país. A primeira linha foi instalada na capital, Argel, em 2011. Seguiram-se Constantine e Oran (2013), Sidi Bel Abbès (2017), Ouargla (2018), Setif (2018), e agora Mostaganem, a cidade portuária do Mediterrâneo onde vivem cerca de 160 mil pessoas.
Composições do VLT de Mostaganem Foto: Metro d'Alger
Mais linhas
Há obras e planos para 18 novos sistemas de tramways nas cidades de Annaba, Batna, Béchar, Béjaïa, Biskra, Blida, Bouira, Chlef, Djelfa, Jijel, Mascara, M'Sila, Relizane, Skikda, Souk-Ahras, Tébessa,Tiaret e Tlemcen, mas dificuldades econômicas e técnicas retardaram essas iniciativas. Os projetos são coordenados pela Metro d'Alger, empresa controlada pelo Ministério dos Transportes da Argélia e que concebe sistemas de transportes urbanos, incluindo linhas de teleféricos urbanos.
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