São Paulo inicia retirada das pedras portuguesas

Obra busca a melhoria da acessibilidade nos calçadões e custará cerca de R$ 80 milhões. Tapumes já fecham a Praça do Patriarca, no Centro Histórico

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa/Mobilize Brasil  |  Postado em: 13 de janeiro de 2023

Tapumes na Praça do Patriarca: o fim pedras portug

Tapumes na Praça do Patriarca: o fim pedras portuguesas?

créditos: Marcos de Sousa/Mobilize Brasil


Depois do Vale do Anhangabaú, agora todo Centro de São Paulo terá suas tradicionais calçadas de pedras portuguesas trocadas por um piso de concreto. A promessa é da Prefeitura paulistana, que já iniciou os trabalhos na Praça do Patriarca, um dos cartões-postais da cidade.


Os tapumes já estão colocados na praça, que deverá ser a primeira etapa das obras, previstas para durar 22 meses, ou seja até o final de 2024. O objetivo, segundo a gestão municipal, é melhorar a acessibilidade e as condições de circulação em toda a região central. De fato, o piso que combina lajes de pedra com mosaicos de pedras brancas e pretas está bem machucado.


"Uma cidade menos dura, menos fria, menos materialista"
Os calcadões paulistanos foram inaugurados no final de 1976, na gestão de Olavo Setúbal, ainda um prefeito indicado pelos generais da ditadura militar. A novidade tinha o objetivo de afastar o tráfego das ruas e permitir a livre circulação das pessoas naquelas ruas que concentravam grandes lojas de departamentos, cinemas, livrarias, restaurantes, galerias, edifícios de escritórios e residenciais.



Painel de pedra marca a data inaugural do calçadão na rua Barão de Itapetininga Foto: Marcos de Sousa



Mas, nesses quase 50 anos, o velho pavimento sofreu toda sorte de desaforos, como a circulação de veículos pesados, o impacto de caçambas de construção, além de inúmeras obras de concessionárias de energia, telefonia e saneamento, que quase nunca recompuseram as pedras em sua condição original. As cicatrizes estão lá para quem quiser ver.

 


Placa da obra, na Praça do Patriarca


Os planos para a substituição do piso de calçadas no Centro começaram ainda na gestão de Fernando Haddad (2013-2017), com uma experiência na Rua Sete de Abril, que ficou fechada durante vários anos para a construção de galerias subterrâneas para abrigar as instalações de energia, dados, eletricidade e águas. Na obra foram utilizadas blocos especialmente desenhados, produzidos com um concreto de alto desempenho. Tudo indicava o sucesso, mas os resultados ficaram longe do esperado: o piso está inteiramente destruído, repleto de remendos, com vários pontos incompletos.


Outra obra que prometia renovar o Centro envolveu o Vale do Anhangabaú, que teve todo o pavimento de mosaico nas cores branco e marrom trocado por placas de concreto. O resultado agradou skatistas, que se se reúnem ali diariamente para praticar o esporte, mas não trouxe a ambiência acolhedora buscada pelo projeto.


O plano atual prevê a reforma das instalações subterrâneas e a criação de galerias que permitam o acesso a essas redes sem a necessidade de destruir o piso. Com a nova obra, a gestão de Ricardo Nunes pretende refazer 63 mil metros quadrados de calçadas em 23 ruas, a um custo que pode chegar a R$ 80 milhões. As pedras, de calcário e basalto, serão trituradas e usadas na nova obra, segundo informou a Prefeitura.


Veja detalhes do projeto na apresentação da Prefeitura de São Paulo

 

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