Há mais de 20 anos o transporte público passa por uma crise no país, com a fuga crescente de passageiros. O processo se agravou em 2020, com a pandemia, e várias cidades, inclusive capitais, ficaram sem transporte. E o problema parece ser um ciclo vicioso: baixa qualidade, menos usuários, tarifas mais altas...
Como resposta a essa crise, cidades de pequeno e médio porte passaram a adotar o transporte público gratuito, em diversas modelagens. Há prefeituras que municipalizaram o transporte, com frota própria, outras que contrataram empresas como prestadoras de serviços, algumas que criaram linhas especiais com tarifa zero e também localidades que instituíram a tarifa zero por um tempo limitado. Hoje são mais de 50 cidades no Brasil, com destaque para Caucaia (CE), com 370 mil habitantes, e Maricá (RJ), e Caucaia (CE), com 170 mil habitantes. Há também o caso de Volta-Redonda (RJ), onde a prefeitura instituiu uma linha especial, com ônibus elétricos, que circulam na área central da cidade.
Nesta semana o deputado eleito Jilmar Tatto (PT) esteve reunido com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) para discutir as possibilidade de adoção da tarifa zero na capital paulista. Tatto, que já foi secretário de Transportes e Mobilidade nas gestões de Marta Suplicy e de Fernando Haddad na prefeitura paulistana também está participando de um dos grupos de trabalho do Governo de Transição de Lula, justamente para discutir políticas de transporte e mobilidade, incluindo pedestres e ciclistas, talvez em um sistema único de mobilidade.
Hoje (2) em uma entrevista concedida ao vivo, Jilmar Tatto defendeu a tarifa zero como solução para a crise nos transportes, explicou como está sendo organizada essa discussão, apontou as possíveis fontes de recursos e insistiu na necessidade de haja controle social para a garantia da qualidade do transporte público. Sobre São Paulo, o ex-secretário confirnou a discussão com o prefeito Nunes e argumentou que a cidade pode sim comportar um sistema de mobilidade gratuito:
"Pode ser um processo gradativo, começando aos domingos, ou em alguns horários de menor movimento, mas a proposta vai permitir que mais pessoas circulem na cidade, tenham acesso a atividades culturais, de lazer, ao comércio, o que vai dinamizar a economia da cidade e gerar mais recursos para a prefeitura", explicou Tatto.
Por fim, negou qualquer intenção (ou convite) para participar do governo federal e declarou que pretende trabalhar na Câmara Federal para que as pautas da mobilidade possam avançar em todo o país. Veja a entrevista a seguir no Youtube...
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