Curso forma 57 calceteiros para manter pisos em pedra portuguesa no Rio

Entrega do certificado que capacita novos profissionais na manutenção dos famosos mosaicos de pedra que caracterizam passeios cariocas foi feita nesta quinta-feira (6)

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Fonte: Prefeitura do Rio  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 07 de outubro de 2022

Calceteiros exibem certificado do curso profission

Calceteiros exibem certificado do curso profissionalizante

créditos: Rafael Catarcione/Prefeitura do Rio

A arte da calcetaria, que é a técnica de revestir ruas e calçadas, ganhou um novo alento para seguir sendo preservada na cidade do Rio de Janeiro. A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Conservação, em parceria com a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, preparou para o mercado mão de obra especializada nessa técnica. 

 

O curso de formação de calceteiros durou pouco mais de um mês e formou 57 profissionais capacitados para fazer a manutenção de pisos em pedras portuguesas, entre trabalhadores já contratados por empresas, que foram se aperfeiçoar na função, e pessoas buscando uma oportunidade. Todos os alunos que procuravam recolocação já estão encaminhados para vagas de emprego. A cerimônia de entrega dos certificados foi realizada nesta quinta-feira (6), no Palácio da Cidade, em Botafogo.

 

O conteúdo do curso foi dividido em aulas práticas e teóricas, além de visitas guiadas a locais icônicos como o calçadão de Copacabana e as calçadas do Theatro Municipal e da Cinelândia. Em sala, os participantes puderam conhecer a história da calçada portuguesa, ter noções de empreendedorismo e aprender sobre segurança do trabalho e utilização de materiais e moldes para confecção desses pisos, entre outros temas.

 

Cerimônia no Palácio da Cidade de entrega dos diplomas aos calceteiros. Foto: Rafael Catarcione/Prefeitura do Rio

 

Além de receberem apostila, uniforme, EPI (Equipamento de Proteção Individual), martelinho e todo o material necessário, os alunos tiveram aulas práticas com Gedião Azevedo, único mestre calceteiro que hoje atua na conservação destes pisos na cidade. Ele orientou a turma na confecção do mosaico comemorativo do Bicentenário da Independência, na Quinta da Boa Vista, e nos reparos em trechos das calçadas da Praça General Tibúrcio, na Urca, e do calçadão da Avenida Atlântica, na altura do Leme.

 

A secretária de Conservação, Anna Laura Valente Secco, comemorou: "A profissão de calceteiro é uma arte que precisa ser preservada. Temos orgulho de formar uma turma de trabalhadores aptos a exercer essa função, tão importante para a nossa cidade, repleta de mosaicos belíssimos. É com alegria que anuncio que os alunos desempregados já foram contratados por empresas", declarou.

 

Já o secretário de Trabalho e Renda, Alexandre Arraes, falou do acesso dos formandos a linhas de crédito: "Estamos fechando o Microcrédito Produtivo Orientado com a InvestRio Sicoob para os que desejarem ter suas MEIs."

 

Mulheres

Um dos destaques do curso de calceteiros foi a participação feminina. Pela primeira vez, duas mulheres estavam entre os formandos: a técnica em edificações Neusa Maria de Oliveira, de 59 anos, e Nilma Faria de Aguiar, de 55 anos, que já trabalhou como aderecista em escolas de samba e na produção de novelas. Ambas já foram convocadas para uma vaga de emprego.

 

Neusa aceitou o desafio de entrar em uma área que costuma ser dominada por homens: "Sou uma pessoa inquieta, procuro sempre me atualizar a fim de conseguir um lugar no mercado. Não é fácil, principalmente para quem já passou dos 50. Não tenho medo de trabalhar na rua, debaixo de sol e chuva. E vejo o ato braçal de quebrar as pedras como sendo o lapidar de um diamante", ponderou.

 

Já Nilma sempre admirou as calçadas em pedras portuguesas e conta: "Gostava de olhar os desenhos em lugares como o Largo da Carioca e o Castelo. O curso abriu meus olhos para a importância de colocar bem as pedras, de maneira que o resultado fique, além de bonito, seguro para as pessoas andarem. Não é um trabalho de pedreiro, é uma arte que faz parte da nossa história e precisa ser preservada."  

 

Além da qualificação profissional, um grupo de formandos saiu do curso com uma nova perspectiva. Sete participantes vieram de abrigos da Prefeitura do Rio e estão aptos a trabalhar como calceteiros. Um deles é Fernando Dias Lopes, de 45 anos, que já foi pedreiro, pintor e ajudante de alvenaria, e quando soube do curso, agarrou logo a oportunidade.  

 

Visita ao Palácio de São Clemente

Na semana anterior à formatura, os alunos visitaram o Consulado Geral de Portugal no Rio de Janeiro, onde foram recebidos pela cônsul-geral, Maria Gabriela Soares de Albergaria, e conheceram o Palácio de São Clemente, residência oficial da diplomata. A construção, em Botafogo, tem pedras portuguesas na área externa e em alguns ambientes da parte interna. A secretária de Conservação, Anna Laura Valente Secco, e o secretário de Trabalho e Renda, Alexandre Arraes, acompanharam a visita.

 

Albergaria enfatizou a importância das calçadas portuguesas: "As pedras portuguesas, para além do valor em termos de história, têm um valor patrimonial também. Estou muito satisfeita por ver que terminaram o curso e estão muito mais capacitados e entusiasmados em seguir essa profissão e a fazer coisas tão bonitas como aquelas que vemos na orla de Copacabana", disse.

 

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Comentários

jorge michirefe - 26 de Agosto de 2023 às 10:33 Positivo 0 Negativo 0

Morador da av Rui Barbosa , Flamengo, em frente a praça Cauatemoch . Toda a região incluido o Parque do Flamengo tem lindas calçadas em pedras portuguesas.. Infelizmente as reformas feitas de modo incopetente, estão destruindo este patrimonio !!!

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