Aguardada há mais de 20 anos, a obra de expansão do metrô de Belo Horizonte só deverá ser concluída em 2029, conforme cronograma do projeto, que passa pela privatização do sistema. O prazo para daqui a mais de seis anos tem como base informações do Ministério da Economia, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do governo do estado.
O projeto de expansão do metrô da capital estabelece a construção da linha 2, que ligará a única linha existente da cidade até a região do Barreiro, uma das mais populosas da capital. A linha linha 2 terá dez quilômetros e sete estações.
Privatização
A semana em curso tem influência determinante na previsão para que a expansão esteja pronta em 2029. Deverá ocorrer até sexta-feira (23), segundo o BNDES e o governo de Minas, a publicação do edital de privatização do metrô, atualmente administrado pela CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos).
Publicado o edital, o governo de Minas acredita que o leilão ocorrerá em janeiro de 2023, com a assinatura do contrato acontecendo em março, depois da apresentação de documentação pela empresa vencedora, que ficará encarregada da obra.
Chega-se ao prazo de 2029 porque, segundo o Ministério da Economia, a previsão é que a extensão entre em operação no sexto ano da concessão do sistema.
Diferença nos valores
A privatização do sistema de metrô de Belo Horizonte foi aprovada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) em 24 de agosto. A área técnica de corte, porém, apontou necessidade de redução de R$ 245 milhões no aporte previsto pelo BNDES a ser feito no sistema depois da privatização.
O banco informou que vai acatar a determinação do TCU. Tanto o BNDES como o governo Romeu Zema (Novo) avaliam que a revisão nas contas não atrasará a publicação do edital da privatização até a sexta.
A expansão do sistema se arrasta há mais de 20 anos, e é constantemente citada por políticos do estado sobretudo em períodos de eleição.
Uma das áreas que estavam com estimativa de investimento a maior, segundo o TCU, foi a de material rodante (trens e vagões), que terá redução de aproximadamente R$ 90 milhões. A justificativa para o desencontro foi o uso de percentuais diferentes de correção inflacionária.
O volume total de investimentos apontado pelo BNDES é de R$ 3,7 bilhões ao longo de 30 anos de concessão. Esse valor será aplicado na reforma de trens e estações da linha 1, a única da cidade, que liga a região norte ao município vizinho de Contagem, e na construção da linha 2.
O documento vai incluir ainda o que a empresa vencedora da disputa terá de custos de operação ao longo dos 30 anos de vigor do contrato, dado que só será conhecido com a publicação do edital. O contrato para a privatização estabelece ainda que, antes da ampliação, sejam realizados os investimentos na reforma da linha 1.
Em relação ao total de R$ 3,7 bilhões em investimentos previstos, R$ 3,2 bilhões (86%) sairão dos cofres públicos -sendo R$ 2,8 bilhões do governo federal e R$ 400 milhões do governo de Minas Gerais. O restante ficará por conta da empresa vencedora.
Expansão do sistema se arrasta há anos em Belo Horizonte. Foto: Guilherme Dardanhan/ Arquivo ALMG
Raio X do Metrô de BH
- Linha 1: tem 19 estações e 28,1 km; liga Venda Nova, na região norte, ao bairro Eldorado, no município vizinho de Contagem; transporta cerca de 210 mil passageiros por dia; começou a operar em 1986
- Linha 2: terá 10 km e sete estações; ligará a a linha 1 até a região do Barreiro; a previsão de conclusão é em 2029
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