Índia expande sua frota de ciclomotores e riquixás elétricos

Graças a subsídios do governo e à aposta em um transporte mais ágil e acessível, venda de veículos elétricos no país asiático dispara, tendo triplicado entre 2021 e 2020

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Fonte: Ciclovivo  |  Autor: Natasha Olsen  |  Postado em: 08 de setembro de 2022

Riquixás, agora elétricos, é o táxi dos indianos

Riquixás, agora elétricos, é o táxi dos indianos

créditos: Sanu Nwikimedia/ Wikipedia Commons

Um dos países mais populosos do mundo, a Índia está avançando na transição para veículos elétricos de mobilidade urbana. Mas ao contrário de outros países que apostam em carros, os indianos escolheram ciclomotores, scooters ou triciclos elétricos ágeis e acessíveis, muito mais adequados às necessidades e realidade do país.

 

Os veículos elétricos de três rodas, conhecidos como riquixás, são mais seguros que bicicletas e motos e muitas vezes são usados como táxis, pois protegem motoristas e passageiros das condições climáticas. Além disso, custam cerca de mil dólares – valor que pode ser pago pela população, que tem renda média de US$ 2,5 mil.

 

Além de ajudar no combate às mudanças climáticas, os triciclos elétricos são uma boa alternativa para combater a grave poluição do ar nas cidades indianas.

 

E os indianos parecem concordar que os veículos elétricos são uma boa opção: o número de vendas no país sul-asiático aumentou três vezes entre 2021 e 2020. Entre os 430 mil veículos elétricos vendidos pelas montadoras indianas no ano passado, apenas 18 mil eram carros – o restante eram ciclomotores e riquixás elétricos.

 

Para os motoristas, a economia não é só com o combustível. As baterias de lítio destes triciclos podem ser trocadas por cerca de metade do custo de uma usada em veículos movidos a gasolina. Outras vantagens dos riquixás são o tamanho reduzido e a resistência à vias com pavimentos irregulares, muito comuns na Índia e em outros países em desenvolvimento.

 

Investimentos

O atual governo indiano, liderado pelo primeiro ministro Narendra Modi, e a indústria automobilística do país estão investindo no mercado de veículos elétricos acessíveis, com subsídios e priorização da produção. Este esforço conjunto tornou os ciclomotores elétricos e riquixás mais baratos aos modelos similares a combustão interna.

 

Bhavish Aggarwal é fundador e presidente da fabricante de ciclomotores elétricos Ola Electric e explica que a tecnologia para servir em climas mais quentes e empoeirados ou estradas mais esburacadas é muito diferente.

 

O executivo acredita que expansão destes veículos na Índia pode ser ampliada para o resto do mundo. “A Índia é como um microcosmo muito bom do resto do mundo. Se pudermos construí-lo aqui, será muito relevante em outros lugares”, afirma Bhavish.

 

Energia limpa

Para alimentar a crescente necessidade de eletricidade que a expansão dos veículos elétricos traz, a Índia também tem um caminho mais sustentável. O país está acelerando os investimentos em energia solar e assumiu o compromisso de obter metade de sua energia de fontes que não sejam combustíveis fósseis até 2030.

 

A Sun Mobility (ou Mobilidade do Sol) é justamente uma das empresas que estão trabalhando pelo desenvolvimento do mercado de veículos elétricos na Índia. A empresa opera 70 estações de troca de baterias em Nova Delhi e planeja construir uma rede de 500 estações em todo o país até o final de 2022.

 

Veículos elétricos ganham mercado na Índia. Foto: Sun Mobility

 

Chetan Maini, proprietário da Sun Mobility, também acredita que esta não é uma solução apenas para a Índia, é uma solução global. Segundo ele, a empresa tem como meta fornecer baterias modulares que poderiam ser usadas em ciclomotores, riquixás e carros – o produto seria o mesmo, com o número de baterias variando de acordo com o meio de transporte.

 

Avel lembra que o investimento em energia limpa não é necessário apenas para alimentar os veículos elétricos, mas é também urgente para reduzir a poluição das cidades indianas, em especial Delhi. Isso porque três quartos da eletricidade da Índia vêm de usinas a carvão.

 

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