A oferta de transporte público barato, com grande capacidade e extensão, é daquelas ideias que todo mundo gosta, mas que poucos com poder político prático se mostram dispostos a testar.
O raciocínio é simples: um transporte acessível e de qualidade pode facilitar a mobilidade das pessoas, diminuir a dependência de modais de transporte mais “sujos” em termos de carbono e melhorar a qualidade de vida de seus usuários e da população em geral, com menos trânsito e demora na locomoção.
Uma iniciativa interessante foi testada na Alemanha. Lá, durante o verão europeu, as pessoas puderam utilizar a rede regional de trens, bondes e ônibus por um mês pagando apenas nove euros, cerca de 46 reais. E segundo a Verband Deutscher Verkehrsunternehmen (VDV), a associação alemã das empresas de transporte, cerca de 52 milhões de passagens foram vendidas desde 1o de junho, sendo que 20% delas foi comprada por pessoas que normalmente não usam o transporte público.
Como resultado, o volume de carros circulando nas ruas do país diminuiu, o que permitiu economizar cerca de 1,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) em emissões neste período. Esse montante é o equivalente ao consumo de energia de 350 mil residências. Mais do que simplesmente reduzir as emissões, a iniciativa também pode ter ajudado a diminuir a pressão inflacionária na economia alemã, diminuindo um pouco o baque da crise energética que engole o continente europeu desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.
O projeto termina nesta quarta-feira (31), mas o jornal britânico The Guardian destacou a pressão da população para que as autoridades alemãs incorporem a medida de maneira formal e permanente.
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