Maceió está longe de atender aos seus 200 mil ciclistas, diz ativista

Presidente da Associação Alagoana de Ciclismo afirma que capital conta com apenas 5% da infraestrutura cicloviária que necessitaria. Prefeitura diz que projeta expansão

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Fonte: Tribuna Hoje / Mobilize (edição)  |  Autor: Luciana Beder  |  Postado em: 19 de agosto de 2022

Obras da ciclovia na Av. Fernandes Lima, em Maceió

Obras da ciclovia na Av. Fernandes Lima, em Maceió (AL)

créditos: Junior Bertoldo/Ascom Seminfra

A capital alagoana não tem muito o que comemorar nesta sexta-feira (19), Dia Nacional do Ciclista. Esta é a opinião do presidente da Associação Alagoana de Ciclismo (AAC), Antônio Facchinetti, ao calcular que Maceió precisa de mais de 800 km de infraestrutura cicloviária: “Só temos cerca de 43 km de ciclovias e ciclofaixas, ou seja, 5% do que seria necessário. Não há ciclorrotas, nem calçadas compartilhadas, não temos bicicletários e os paraciclos são muito pequenos no tamanho e poucos na quantidade”, afirma.

 

Segundo dados da Prefeitura de Maceió (Seminfra) cerca de 200 mil maceioenses utilizam a bicicleta para trabalhar, estudar ou para prática esportiva. Já a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito informou em nota que o órgão elabora projetos para a expansão da malha cicloviária na capital, inclusive a conexão das vias para bicicletas já existentes.

 

Atualmente, em uma das vias mais movimentadas de Maceió está sendo executada a ciclovia da Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol. Segundo a Prefeitura, essa obra elevará a malha cicloviária da capital em 30%. O projeto de fluxo duplo se estende por 4,8 km da avenida. Uma extensão que, na visão de Facchinetti, não será suficiente para atender aos mais de mil ciclistas que passam por dia pelo local.

 

Opção de transporte

Para a integrante da Ciclomobilidade de Maceió, Juliana Agra, o maior desafio é o ciclista ser entendido e reconhecido não somente pelos governantes, mas por toda a sociedade, como usuário de um meio de transporte legítimo: “A bicicleta é, comprovadamente, uma opção como transporte por ser mais rápida e prática, embora a maioria das pessoas entenda a bicicleta por seus outros benefícios, além do financeiro. Mas acaba sendo uma opção difícil, por causa da falta de segurança”, diz.

 

Para a cicloativista, a situação tem melhorado com a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), porque toda construção de via tem que prever ciclovias; mas, acrescenta, há muita resistência para a realização de adaptações nas vias existentes.

 

A pesquisa nacional Perfil do Ciclista 2021, organizada pela Transporte Ativo e pelo Labmob-UFRJ, mostrou que 91,5% dos entrevistados, em Maceió, utilizam a bicicleta como meio de transporte para o trabalho. Revelou ainda que mais e melhores infraestruturas adequadas fariam 63,9% dos maceioenses utilizarem a bicicleta com mais frequência.

 

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