Apesar de ser um projeto de sucesso, existente há 13 anos na capital e que reúne todos os domingos cerca de 100 mil ciclistas, as ciclofaixas de lazer da cidade de São Paulo correm o risco de ficar sem patrocínio.
A última empresa a bancar a conta foi a Uber, que não renovou o contrato, e a prefeitura de São Paulo já admite que pode assumir o custo caso não consiga encontrar quem pague os 11,5 milhões de reais ao ano para colocar o serviço de pé.
“A última vez que a prefeitura disse que assumiria o serviço acabou não cumprindo a promessa”, diz o cicloativista Willian Cruz, do Vá de Bike. As ciclofaixas de lazer estão espalhadas em 114 km de vias de todas as regiões da capital. Antes da Uber, quem bancava a conta era a Bradesco Seguros.
Durante o mês de julho deste ano a prefeitura tentou localizar um patrocinador, por meio de um chamamento público. As duas empresas que apresentaram propostas foram desclassificadas por não entregar a documentação completa, o que incluía, entre outras coisas, quem pagaria a conta. Uma nova tentativa de encontrar patrocinadores foi feita, e a prefeitura recebeu apenas uma proposta, conhecida no último dia 9.
Toda a documentação ainda será alvo de análise técnica, e somente se estiver tudo correto, o que inclui verificar se o interessado tem de fato condições de bancar o serviço, é que o termo de cooperação para assumir a empreitada será celebrado. O trâmite deve durar sete dias.
Cicloativistas já fizeram propostas à prefeitura para que o serviço seja enxugado. As ideias vão desde um maior espaçamento entre os cones que delimitam as faixas onde as bicicletas podem passar, reduzir a quantidade de monitores e a eliminação de sobreposições em locais que já contam com ciclovias, o que faria o custo ser reduzido em 70%, afirmam. A proposta é rechaçada pelos técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que alegam riscos aos ciclistas.
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