O consórcio formado pela empresa francesa Transdev associada à Metro de Medellín foi escolhido para operar o metrô de Quito, no Equador. A obra está pronta desde o final de 2021, mas seu funcionamento dependia da escolha de uma operadora. A decisão foi divulgada no dia 15 de julho pela Empresa Metropolitana Metro de Quito (EPMMQ), após a análise das duas propostas recebidas, a do consórcio Transdev e a da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô).
A ausência de outras propostas no certame causou alguma polêmica na imprensa local porque no início de 2020, quando as obras haviam chegado a 98% da conclusão, havia doze empresas interessadas em operar o metrô, entre elas Benito Roggio Transporte (Argentina); Consorcio Ferrocarril Metropolia de Barcelona-Ayesa Ingeniería y Arquitectura (Espanha); Deutsche Bahn Internacional Operations GmbH (Alemanha); Empresa de Transporte de Pasajeros Metro (Chile); Entidad Pública Empresarial Renfe - Operadora (Espanha), Hitachi Rail STS (Itália); Metro de Lima (Peru), Transdev Group (França), além de duas empresas brasileiras, o Metrô e a CCR Metrô Bahia.
O processo de seleção para a empresa operadora do Metrô de Quito começou em março de 2022, com a publicação das especificações do processo e o convite oficial às empresas ferroviárias internacionais que haviam manifestado interesse em participar. Mas em junho passado, a EPMMQ recebeu somente duas ofertas para o processo seletivo: a do consórcio entre Metrô de Medellín (Colômbia) e Grupo Transdev (França) e, por outro lado, a do Metrô de São Paulo.
Transparência no processo
Conforme nota divulgada pela empresa equatoriana com a prefeitura de Quito, todo o processo de seleção contou com o acompanhamento da organização "Quito Honesto", da CoST Transparency Initiative, de organismos multilaterais de financiamento e de outros observadores. A comissão de avaliação qualificou as ofertas recebidas para validar o cumprimento dos parâmetros técnicos e legais estabelecidos nas especificações e estabeleceu a ordem de prioridade do processo com base na oferta econômica. Concluída a habilitação, iniciou-se a fase de negociação, que durou três dias, em que os detalhes finais foram afinados para a elaboração do edital da licitante selecionada.
Anúncio da empresa vencedora da licitação, na Estação San Francisco, centro de Quito Foto: EPMMQ
O contrato com a vencedora da licitação será assinado no final de agosto, seguindo-se a validação dos ensaios técnicos do material rodante, tendo como objetivo o início de operações em dezembro de 2022.
Leia também:
Equador começa a operar seu primeiro VLT
BRT de Guayaquil (Equador) está saturado e sofre críticas dos usuários
Empresas brasileiras disputam a operação do metrô de Quito
Metrô de Quito está pronto para funcionar, mas não tem quem o opere