Velocidades x Mortes no Trânsito em dois mapas

FMI gerou um mapa mundial das velocidades em rodovias, considerando que quanto maior, melhor. E nós do Mobilize, o comparamos com outro mapa, o das mortes no trânsito

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Fonte: Mobilize Brasil / FMI / Pulitzer Center  |  Autor: Marcos de Sousa/Mobilize Brasil  |  Postado em: 15 de julho de 2022

Comparação mortes no trânsito x velocidades em rod

Comparação mortes no trânsito x velocidades em rodovias

créditos: Reprodução


O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou em junho passado um estudo que compara a fluidez e velocidade do tráfego nas estradas de países de todo o mundo. De forma geral, segundo o levantamento, os países mais ricos têm estradas mais velozes, enquanto os mais pobres ostentam velocidades abaixo de 60 km/h.


Um exemplo é a Colômbia, onde uma viagem de 300 km leva cerca de sete horas, enquanto na Espanha essa mesma distância seria percorrida em cerca de três horas, escreveu a jornalista Diana López Zuleta, em um artigo publicado no jornal El País. O exemplo reflete a realidade, porque muitas estradas colombianas passam pelas duas cordilheiras que cruzam o país e têm pistas com dois sentidos de tráfego, que praticamente impedem ultrapassagens seguras. Assim, no mapa do FMI a Colômbia aparece com a cor vermelha, indicativa de velocidades entre 30 km/h e 60 km/h, enquanto a vizinha Venezuela aparece com a cor azul claro, correspondente a médias de 76 km/h a 90 km/h. 

 

A pesquisa tem o objetivo de apontar os problemas e custos de transporte gerados pelos longos tempos de viagem, e assim indicar países que supostamente deveriam investir na melhoria de suas rodovias.

 

O estudo é interessante, mas bastante discutível, primeiro porque se baseia nas estimativas de tempo de viagem do google, que não são exatamente precisas. Pior que isso, não considera os aspectos de segurança viária de cada país. Tomando novamente os dois vizinhos latino-americanos, a média de mortes no trânsito na Colômbia está em torno de 18,5 mortes por 100 mil habitantes, enquanto na Venezuela, a cifra é de tristes 33,7 mortos/100 mil hab. No Brasil, a taxa de mortalidade no trânsito está em torno de 19,7/100 mil. Nessa abordagem (velocidade e segurança), as situações mais favoráveis se encontrariam no Canadá, Europa Ocidental, Japão, Coréia do Sul e Austrália.

 

Talvez a maior falha do estudo seja o excessivo rodoviarismo no olhar de uma instituição que deveria orientar as políticas econômicas dos países. Não há sequer uma linha sobre a possibilidade de diversificação dos modos de transporte, como as ferrovias e hidrovias, que podem ser alternativas mais seguras e sustentáveis para a circulação de mercadorias e também de passageiros. 

 

Compare os mapas do estudo sobre velocidades do FMI (Speed Bumps)...


 


...
e o do Pulitzer Center (Roads Kill Map):

 


Leia o estudo completo do FMI (em inglês)

 

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