A Prefeitura de Porto Alegre, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), realiza durante o mês de julho reuniões para tratar da revisão, expansão da rede cicloviária e uso da bicicleta como meio de transporte na cidade. Haverá encontros com o Legislativo, entidades ligadas ao comércio, ensino e saúde, cicloativistas e conselhos municipais. A primeira discussão será no dia 5 de julho, às 10h, na Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal.
Em setembro, um grande seminário está sendo organizado para apresentar as contribuições recebidas e a proposta de expansão. O material deverá balizar a contratação da empresa que fará a revisão formal do Plano Diretor do Plano Cicloviário (PDCI), informa a prefeitura.
“(...) Pensamos a cidade para todos os modais, e as bicicletas são peças fundamentais nesse processo. Temos observado que as pessoas estão usando mais esse meio, inclusive para deslocamentos para o trabalho. Nossa ideia é promover a conexão do maior número de redes e melhorar a infraestrutura”, destaca o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior.
Malha cicloviária
Porto Alegre tem 70 km de malha cicloviária, sendo 57,59 km em ciclovias, 9,35 km em ciclofaixas e 3,05 km na rede compartilhada, informa a SMMU. A previsão do órgão é que essa ampliação ultrapasse os 100 km até 2024. De janeiro de 2021 até maio deste ano foram implementados 11,27 km, com investimento de aproximadamente R$ 4 milhões.
A diretora de Mobilidade Urbana da Prefeitira, Carla Meinecke, explica como vem se dando esse trabalho: “Nossa equipe mapeou as regiões prioritárias e a tipologia cicloviária que se encaixa em cada uma. Queremos discutir com a comunidade para aprimorar nosso planejamento", afirma.
Ela explica que a Prefeitura pretende fazer investimentos em três áreas: consolidação de redes locais, conexão entre elas e pólos de interesse, como terminais, escolas e universidades. Os planos incluem também a implantação de bicicletários em diversos terminais, favorecendo a integração modal, conclui Meinecke.
Observação do Mobilize
Há pouco mais de uma semana, a Câmara Municipal de Porto Alegre informou a tramitação de um projeto na Casa, concebido para alterar o Plano Diretor Cicloviário Integrado (PDCI), de 2009. De acordo com esse projeto (PLCL 03/22), as novas ciclovias e ciclofaixas, para serem implantadas, precisariam ter a autorização prévia de empresários e moradores da via em que a obra está sendo projetada. O próprio autor da proposta, vereador Idenir Cecchim (MDB), reconheceu na ocasião que a lei, se aprovada, traria sim restrições à viabilização das ciclovias, e que essa era justamente a sua proposta (sic).
Agora, com a marcação de várias reuniões sobre o tema em julho, a Prefeitura oportunamente abre a discussão com todos os setores da sociedade, cicloativistas entre eles, para assim recolocar em bases mais objetivas a necessidade de priorizar a infraestrutura para a bicicleta na capital gaúcha, e evitar retrocessos que poderiam contrariar inclusive as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana para a mobilidade ativa.
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