Um dos temas mais importantes dentro do contexto de mobilidade urbana é, justamente, como estão os espaços públicos. Afinal, é impossível dissociar um do outro. A própria mobilidade começa no momento quando se está saindo de casa, do trabalho, enfim, de alguma edificação caracterizada como sendo o ponto de partida.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está iniciando uma pesquisa justamente com esse foco. A Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios começou no dia 20 de junho e irá até o dia 12 de julho. Segundo o órgão, mais de 22 mil agentes percorrerão 326.643 setores urbanos pelo país coletando informações sobre o meio urbano.
A última pesquisa desse tipo foi realizada no ano de 2010, compreendendo cerca de 222 mil setores urbanos. No atual levantamento, além da continuidade, a ideia é ter resultados mais detalhados, permitindo comparações e podendo, inclusive, dar grandes subsídios às prefeituras e estados na elaboração de planos urbanos envolvendo a mobilidade
Capacidade e pavimentação da via, existência de bueiro/boca de lobo, presença de iluminação pública, existência de calçada, rampas para cadeirante e arborização já faziam parte da pesquisa anterior. Agora, como novidade, haverá também a avaliação do ponto de ônibus/van, das vias sinalizadas para bicicletas e até da presença de obstáculos na calçada.
Quesitos a serem avaliados pela pesquisa. Imagem: IBGE
Pela primeira vez, a Pesquisa do Entorno abrangerá todos os aglomerados subnormais localizados nas áreas urbanas, independentemente de terem arruamento regular ou não. Uma nova metodologia será utilizada para fazer a identificação do percurso em áreas labirínticas e sem sinal de GPS.
Segundo o IBGE, a pesquisa está alinhada com o monitoramento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11: Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. “A finalidade é fornecer um panorama da infraestrutura urbana do país, considerando temas como acessibilidade, circulação, equipamentos públicos e meio ambiente. Ela é muito importante para a formulação de políticas públicas em áreas urbanas para melhoria da qualidade de vida da população”, destaca o supervisor técnico da pesquisa, Filipe Borsani.
O órgão estatístico afirma que além da pesquisa do entorno, o agente realiza o reconhecimento do setor censitário, percorrendo a área e avaliando a necessidade de fazer atualizações no mapa a partir da identificação de novas avenidas e ruas. “Essa etapa é muito importante para garantir a cobertura da coleta, ou seja, garantir que todos os domicílios serão visitados pelo recenseador”, destaca Maikon Novaes, gerente de Regionalização e Classificações Territoriais.
Para o Plamurb, a massa de dados que ficará disponível com o término da pesquisa será de uma grande preciosidade. Em um momento onde a mobilidade urbana tem estado evidenciada em todos os locais, esse tipo de pesquisa é mais do que necessário. Pensar em uma cidade mais justa, mais humana, mais sustentável e mais acessível deve nortear todos os debates desse tipo.
Leia o texto original no site Plamurb.
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