Em Brasília, a Estrada Parque Aeroporto (EPAR) passou recentemente por obras de ampliação: acréscimo de faixas, vias exclusivas para ônibus e a promessa de uma ciclovia. Em maio passado, o incansável ativista Uirá Lourenço pedalou da Asa Norte, onde mora, até a nova rodovia urbana para checar as novas pistas e tal ciclovia prometida pelo Governo do Distrito Federal (GDF).
Uirá gravou vídeos, sacou fotos e reuniu tudo nesta edição publicada ontem (1º de junho) no blog Brasília para Pessoas. E segundo seu relato, a via expressa conta agora com 11 pistas, todas com o limite de velocidade de 80 km/h. Não é muito para uma estrada, mas ele lembra que a via está dentro da área urbana de Brasília, por onde passam muitos pedestres e ciclistas.
O vídeo inclui fotos da via antes da reforma, com um canteiro central e muitas árvores frondosas, todas removidas para a expansão da área destinada ao tráfego. Ele conta que foi bem difícil localizar a ciclovia e descobriu que a obra tem "apenas um fragmento de ciclovia, que liga nada a lugar nenhum. Por causa disso, os ciclistas são obrigados a dividir espaço com os motoristas em alta velocidade.
Conclusão: A Estrada Parque está cada vez mais estrada e cada vez menos parecida com um parque. Uirá Lourenço lamenta que o GDF continue insistindo no "rodoviarismo, com a ampliação de pistas e construção de viadutos, um modelo caro e atrasado que incentiva ainda mais o uso do automóvel". E, como se sabe mais pistas atraem mais carros, que pedem mais pistas, com mais carros e mais pistas, em um ciclo que tem destruído várias localidades, em todo o mundo. O caminho,tudo indica, é investir em transporte coletivo e mobilidade ativa. Quod erat demonstrandum.
Veja o vídeo de Uirá Lourenço:
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