Uma pesquisa lançada ontem (30) pela Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade) analisou de que forma cinco cidades mundiais - São Paulo, Cidade do México, Londres, Nova York e Paris - estabelecem e monitoram suas metas de aumento de viagens por bicicleta, e como disponibilizam seus relatórios e dados.
A pesquisa, que teve o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), revelou que os métodos usados por essas cidades variam bastante. Por exemplo, Londres e Nova York mesclam contagens de ciclistas com pesquisas anuais de mobilidade; a Cidade do México opta apenas por contagens, que nos anos de 2017 e 2018 foram acompanhadas de entrevistas com ciclistas; em Paris, há contadores automáticos nas principais regiões, que agregam aos dados de contagens manuais realizadas mensalmente.
Um modelo para São Paulo
A partir dos resultados do estudo, a proposta agora é definir o método mais adequado para fazer essa mensuração na capital paulista.
Ao fazer a seleção das cidades, os pesquisadores optaram por localidades que se aproximassem, em termos de população e dimensão territorial, das características da Grande São Paulo. Além disso, os municípios deveriam reconhecer na bicicleta um agente efetivo na mobilidade urbana, no contexto das emergências climáticas mundiais.
Assim, o modelo de monitoramento buscado para a cidade de São Paulo deve, principalmente, estimular o uso da bicicleta como transporte sustentável, visto que 61% das emissões têm como fonte o setor de transporte, sendo 94,6% provenientes do transporte rodoviário.
“São Paulo tem a meta de aumentar em cinco vezes o número de viagens por bicicleta até 2030, mas atualmente dependemos quase que exclusivamente da pesquisa origem-destino feita pelo Metrô a cada dez anos para obter dados”, explicou Flavio Soares de Freitas, coordenador do projeto.
Recentemente, a pesquisa da Ciclocidade foi apresentada à Secretaria de Mobilidade e Trânsito (SMT) e à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) da cidade de São Paulo, e os resultados foram muito bem recebidos, comenta a pesquisadora que liderou o estudo, Deiny Façanha Costa.
Clique neste link e confira a pesquisa "Como grandes cidades do mundo monitoram o aumento de viagens em bicicleta?", da Ciclocidade.
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