O número se refere a autuações aplicadas entre 8 de agosto, data a partir da qual a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) intensificou a fiscalização, e 30 de dezembro. No período, houve uma média de 728 multas diárias.
Não dar a seta para dobrar a esquina foi a infração mais comum, anotada 40.585 vezes pelos agentes de trânsito. Em seguida, figuram o avanço do semáforo vermelho e o desrespeito a pedestres nas faixas a eles destinadas – como, por exemplo, não esperá-los concluir a travessia. Essas duas infrações renderam, respectivamente, 31.604 e 29.552 autuações.
Por último, está a infração cometida por quem para o veículo sobre a faixa de pedestre. Essa prática resultou na anotação de 4.580 multas, segundo os dados da CET.
A campanha pela maior atenção dos condutores a quem anda a pé em São Paulo começou em maio, na região central. Inicialmente, tinha um caráter educativo. Três meses depois, iniciou-se na mesma área a fiscalização intensiva de infrações que põem em risco a integridade dos pedestres. Em setembro, a aplicação das multas foi levada para toda a cidade.
Contudo, números da própria CET divulgados em dezembro revelaram que o programa não foi suficiente para reduzir os atropelamentos em vias perigosas da periferia, como a Avenida Sapopemba, na zona leste. Devido a isso, o órgão vai intensificar, a partir deste mês, a campanha nesses locais.
A infração mais multada por oferecer risco à vida de pedestres é a da seta desligada em conversões. Na soma dos quase cinco meses em que essa infração passou a ser fiscalizada com mais rigor, o número de multas anotadas corresponde a meros 20% da quantidade de autuações aplicadas pelo furo do rodízio somente no último mês de novembro, que foi de 195.024.
Para o consultor de tráfego Flamínio Fichmann, a prioridade da CET precisa ser outra na fiscalização do trânsito. “O primeiro critério deveria ser o de diminuir o risco de acidentes. O que significa priorizar as multas relacionadas a infrações mais letais, como passar no semáforo vermelho. As multas de caráter quase administrativo, como a do cartão de Zona Azul, só deveriam vir depois.”
Ele também afirma que é preciso haver mais blitze por parte da polícia para flagrar motoristas alcoolizados e drogados ao volante. Isso tornaria o trânsito da cidade mais seguro.
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