A CET de São Paulo divulgou hoje (28) um primeiro balanço sobre a faixa experimental para motocicletas implantada há pouco mais de dois meses na avenida 23 de Maio, na capital paulista. Segundo a nota, o Projeto Piloto da Faixa Azul para motocicletas tem um saldo positivo: não foi registrado nenhum acidente com vítima grave e óbito envolvendo motos no local da faixa. Além disso, conforme a CET, houve redução do número de sinistros dentro e fora da faixa.
Os resultados comparativos nos dois meses vêm sendo positivos, com poucos sinistros registrados em fevereiro:
- Fora do espaço da faixa azul: um sem vítima e um com vítima leve. Os motoristas dos veículos não sinalizaram a mudança de faixa com a seta e colidiram de leve com as motocicletas.
- No espaço da faixa azul: três sem vítima e um com vítima leve, também causados pelo não uso da sinalização de seta ou pelo movimento brusco de troca de faixa.
Quando comparamos ao mês de janeiro, houve redução significativa:
- Fora do espaço da faixa azul: sete sinistros sem vítima e quatro com vítima. Os motoristas dos veículos não sinalizaram a mudança de faixa com a seta e colidiram de leve com as motocicletas.
- No espaço da faixa azul: quatro sem vítima e um com vítima leve, também causados pelo não uso da sinalização de seta ou pelo movimento brusco de troca de faixa.
- Um funcionário que fazia a zeladoria no canteiro central da Avenida 23 de Maio, ao lado da faixa azul, foi atingido por um veículo que trafegava de forma perigosa no local.
- O motociclista que trafegava pela faixa azul teve um mal súbito (desmaio) e caiu dentro do espaço, mas não houve interferências ou acidentes envolvendo outros veículos.
Desde janeiro
A faixa, que funciona no trecho entre a Praça da Bandeira e o Complexo Viário Jorge João Saad, foi aberta oficialmente no dia 25 de janeiro de 2022. De lá para cá, os técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego – CET – vêm realizando o monitoramento diário dos índices de lentidão e acidentalidade com o objetivo de averiguar a funcionalidade da nova sinalização.
A CET informou ainda que a fluidez do trânsito apresentou melhorias, com diminuição de 35% da lentidão (1,17 para 0,76) quando comparado ao mesmo período de 2019 (antes da pandemia). Para os técnicos na CET, ao organizar o fluxo de veículos, retirar as tachas da sinalização horizontal e orientar os espaços compartilhados, evitou-se os conflitos existentes entre autos e motos. Graças a isso, o trânsito fluiu sem as rotineiras disputas com buzinas, estresse e o hábito de mudança entre faixas sem necessidade, o famoso hábito de “costurar” o trânsito. A faixa azul permanece com o mesmo índice de utilização de 86% pelos motociclistas nos horários de pico.
Os dados captados ao longo da via serão enviados para a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) trimestralmente, informou a CET em sua nota.
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