A Eve, empresa da Embraer que está desenvolvendo veículos urbanos voadores (eVTOL) anunciou hoje (22) uma parceria estratégica com o grupo espanhol Acciona para acelerar o desenvolvimento de um "ecossistema global e sustentável" de mobilidade aérea urbana.
O grupo Acciona reúne mais de cem empresas das áreas de transportes, água, energia e outras atividades urbanas e é responsável pela construção da Linha 6 Laranja do metrõ de São Paulo. André Stein, da Eve, explica que o chamado "ecossistema UAM sustentável" inclui o veículo voador e toda a infraestrutura de apoio a esse novo meio de transporte, justamente a especialidade da Acciona.
Conforme a parceria, a Acciona investirá US$ 30 milhões (R$ 151,9 milhões) e se juntará ao grupo de investidores que apoiam o desenvolvimento da Eve e seu plano de negócios. O executivo José Manuel Entrecanales, da Acciona, passará a ser um dos sete membros do Conselho de Administração da Eve após a entrada da empresa na Bolsa de Nova York, o que está previsto para o segundo trimestre de 2022.
Até agora, segundo a nota divulgada, a Eve atraiu investimentos de companhias aéreas (Republic Airways e SkyWest), locadoras de aeronaves (Azorra e Falko), bancos (Bradesco BBI) e fornecedores de tecnologia (Rolls-Royce e Thales), além de players do setor de defesa (BAE Systems). Conforme o anúncio, o valor empresarial implícito da Eve já alcançou US$ 2,4 bilhões (aproximadamente R$ 12,1 bilhões), sendo a Embraer a acionista majoritária, com 82% na Eve Holding após o fechamento da combinação de negócios. A empresa já contabiliza a encomenda de mais de 1.700 veículos voadores em todo o mundo, com previsão de início de operações em 2026.
Potencial e custos
Em entrevista ao Estadão, André Stein explicou que as viagens nos futuros veículos voadores serão compartilhadas entre vários passageiros e terão preços acessíveis. O executivo da Eve calculou que uma cidade como São Paulo teria capacidade para absorver entre 400 a 500 desses "táxis voadores" nos próximos 15 anos, ou seja até 2037.
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