Foi divulgada, nesta segunda-feira (21), uma pesquisa sobre um dos aspectos mais comuns da discriminação racial no Brasil: o racismo no transporte público.
Deslocar-se numa cidade brasileira, qualquer que seja, envolve muitos desafios - transporte lotado, congestionamento, passagem cara - mas, se você é negro, no topo da lista pode estar o racismo.
Nesta reportagem da TV Globo, em menos de uma hora foram feitas diversas entrevistas com pessoas negras (clique aqui para ver os depoimentos), em pontos de ônibus e na porta de uma estação do metrô. Esses depoimentos reiteram o que uma pesquisa do Instituto Locomotiva revelou - que circular pelas cidades é um desafio para pessoas negras. Veja os números da pesquisa:
- 33% dos negros entrevistados responderam que já sofreram racismo no transporte público;
- 65% dos trabalhadores negros do transporte foram vítimas de preconceito durante o expediente;
- 72% dos participantes - brancos ou negros - presenciaram uma situação de racismo nos seus deslocamentos.
- 69% dos entrevistados consideram o racismo comum no dia a dia;
- 25% acreditam que essas atitudes não são punidas.
"Racismo é crime. A gente precisa constituir políticas públicas que façam esse enfrentamento, programas que tragam a educação para a população, mais ainda para gestão pública, que precisa fazer o monitoramento e práticas antirracistas”, explica Anna Karla Pereira, coordenadora da Frente Nacional Antirracista.
Luta antiga nos EUA
Até os anos 1960, em alguns estados do Sul dos Estados Unidos, as pessoas pretas somente podiam sentar-se no fundo dos ônibus. Em dezembro de 1955, na cidade de Montgomery, Alabama, a jovem ativista Rosa Parks decidiu enfrentar essa probição. E deu início a um boicote ao transporte público que levou ao final dessa regra absurda. E foi o início de uma grande jornada de luta pelos Direitos Civis nos EUA. Rosa Parks morreu em 2005.
Para ler a matéria do portal G1, na íntegra, clique aqui.
*Matéria do G1, com edição e complemento de Regina Rocha, do Mobilize Brasil
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